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Diretores financeiros no Reino Unido mais otimistas para 2017

John Ainger

29/12/2016 13h11

(Bloomberg) -- Diretores financeiros do Reino Unido estão mais otimistas diante das perspectivas para o ano novo, embora a postura seja de cautela em meio ao cenário econômico nebuloso, segundo levantamento da Deloitte.

O número de diretores financeiros que se mostram mais positivos em relação às perspectivas para suas empresas superou os que estão mais pessimistas, no maior nível em 18 meses, de acordo com a pesquisa do quarto trimestre publicada na quinta-feira.

Apesar disso, nove em cada dez diretores disseram que enfrentam maiores níveis de incerteza econômica e financeira, uma parcela um pouco mais baixa do que o índice de 95 por cento visto logo depois do referendo de junho, que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia. O apetite por risco também permaneceu baixo.

"A incerteza é o novo normal no ambiente empresarial", disse David Sproul, presidente da Deloitte. "2016 foi um ano tumultuado, mas o otimismo visto neste levantamento nos dá um pouco de confiança rumo a 2017."

Apesar do choque inicial devido ao referendo do Brexit, a economia britânica manteve o fôlego, como pode ser visto nos dados econômicos que se mostraram melhores do que muitos esperavam. Mas, com os prováveis dois anos de negociações para a saída do bloco europeu que devem começar em 2017, as empresas tentam se manter flexíveis.

Aproximadamente metade dos diretores financeiros disse que a redução de custos e a melhora da geração de caixa eram as maiores prioridades, reflexo da meta das empresas de controlar os gastos.

A saída da União Europeia ainda é a maior preocupação dos executivos, sendo que dois terços deles esperam uma deterioração do ambiente de negócios pós-Brexit, em relação aos 14% que contam com uma melhora.

"As incertezas de longo prazo em relação ao Brexit ainda são um entrave para os planos de gastos, embora o fato de não ter havido uma desaceleração imediata da economia tenha deixado as pessoas muito mais otimistas sobre o cenário de curto prazo", disse Ian Stewart, economista-chefe da Deloitte, em uma entrevista à Bloomberg TV.

O relatório da Deloitte foi compilado a partir de uma pesquisa com 119 diretores financeiros, incluindo os de empresas listadas no FTSE com uma capitalização de mercado combinada de 396,3 bilhões de libras esterlinas (US$ 484 bilhões), realizada entre os dias 29 de novembro e 12 de dezembro.