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WeWork anuncia entrada no Brasil com escritórios no Rio e em SP

Ellen Huet e Fabiola Moura

19/01/2017 11h15

(Bloomberg) -- A WeWork, maior empresa de co-working do mundo, está se preparando para entrar no Brasil e na Argentina e procura possíveis endereços em outros países da região como parte de sua expansão na América Latina.

A startup de escritórios compartilhados com sede em Nova York, recentemente avaliada em US$ 16 bilhões, planeja abrir dois endereços em São Paulo em junho e pelo menos um no Rio de Janeiro até o fim do ano, disse Pato Fuks, gerente regional da WeWork para a América Latina.

A WeWork foi fundada em 2010 e atualmente opera 143 escritórios compartilhados em 35 cidades ao redor do mundo. A companhia aluga andares ou pequenos edifícios comerciais, reforma e depois aluga mesas ou pequenas salas a startups e outros clientes que buscam um lugar para trabalhar com café e cerveja grátis. A empresa está focando agressivamente em sua expansão internacional nos últimos anos. No ano passado, recebeu um aporte de US$ 690 milhões para entrar na Ásia.

Mas a América Latina continua sendo um mercado praticamente inexplorado para a WeWork. A companhia abriu dois prédios na Cidade do México no ano passado e tem um terceiro previsto para abril, disse Fuks. A empresa também pretende abrir seu primeiro endereço na América do Sul em Buenos Aires, em 1º de maio, e está procurando ativamente edifícios em Lima e Bogotá, disse Fuks. "Há um monte de negócios sendo feitos em toda a América Latina", disse ele. "Se você está na Colômbia, quer crescer no Brasil e no Peru."

A WeWork está chegando tarde ao Brasil, onde os espaços de trabalho compartilhados já se propagaram. O mercado de co-working do país, com muitas iniciativas locais, cresceu 50 por cento em 2016, para 400 espaços, segundo a consultoria imobiliária Engebanc. A fraca economia da região tem reduzido a demanda por aluguel de edifícios comerciais.

Aproximadamente 23 por cento dos 5 milhões de metros quadrados de escritórios corporativos de São Paulo estão vazios, segundo o mais recente estudo da Engebanc. No Rio de Janeiro, também afetado pela crise no setor de petróleo e gás, cerca de 27 por cento dos 2,7 milhões de metros quadrados estão disponíveis.

Na Cidade do México, os negócios da WeWork se saíram melhor que o esperado, disse Fuks, o que inspirou a empresa a procurar um terceiro prédio. Até mesmo empresas maiores estão interessadas: a Bacardi aluga cerca de 100 mesas em um dos escritórios da Cidade do México e planeja construir um bar patrocinado pela marca no terraço do edifício, informou a WeWork.

Os proprietários de imóveis brasileiros estão interessados em ter espaços de co-working como inquilinos para suas chamadas propriedades de classe B, que costumam ser de propriedade familiar e ter boa localização, mas não contam com os benefícios que os locatários de alto padrão exigem. "Isso vem ocorrendo com bastante frequência, principalmente perto das estações de metrô", disse Daniel Iannicelli, diretor da Engebanc.

Fuks disse que as crises econômicas são uma oportunidade para a WeWork conseguir aluguéis de edifícios a preços baixos e para oferecer acesso a eles aos empreendedores. "Nós damos a eles uma chance de entrar nesses grandes edifícios", disse ele. "Eles não precisam gastar dinheiro com decoração, nem alugar um andar inteiro."