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EUA avaliam como Rússia e China sobreviveriam a ataque nuclear

Tony Capaccio

30/01/2017 12h46

(Bloomberg) -- As agências de inteligência dos EUA e o Comando Estratégico do Pentágono estão trabalhando em uma nova avaliação para saber se os governos russo e chinês poderiam sobreviver a um ataque nuclear e continuar operando em um momento em que o presidente Donald Trump busca reformular as relações com ambos os países.

O novo estudo, encomendado pelo Congresso antes da posse de Trump, atraiu apoio bipartidário de membros profundamente preocupados com a crescente força militar da China e com a desconfiança em relação às intenções do presidente russo, Vladimir Putin.

Trump prometeu "fortalecer e expandir em grande medida" a capacidade nuclear dos EUA, mas também previu a possibilidade de fechar acordos com Putin, entre os quais o potencial cancelamento das sanções dos EUA em troca de futuras reduções nos arsenais nucleares. Os dois líderes conversaram por telefone durante cerca de uma hora no sábado.

Nos termos da pouco noticiada disposição da medida de autorização de recursos para a defesa deste ano, o Escritório do Diretor de Inteligência Nacional e o Comando Estratégico dos EUA -- que planejam e executariam ataques nucleares -- avaliarão a capacidade pós-ataque das duas potências nucleares. A lei exige um relatório sobre a "sobrevivência, o comando e o controle das lideranças e a continuidade dos programas de governo" da Rússia e da China.

A análise incluirá "a localização e a descrição de instalações sobre e sob a terra importantes para a liderança política e militar" e as instalações que os vários líderes importantes "deverão operar em tempos de crise e guerra".

Planos dos EUA

O Comando Estratégico também tem a determinação de "oferecer uma descrição detalhada" a respeito de "como a sobrevivência da liderança" e o "comando e controle" da Rússia e da China são considerados no próprio planejamento dos EUA para uma guerra nuclear. A diretriz é de autoria do representante republicano Michael Turner, de Ohio, membro do painel de Forças Estratégicas do Comitê de Serviços Armados da Câmara dos Representantes.

Trump sinalizou apoio à atualização do arsenal nuclear dos EUA. Em um memorando, na sexta-feira, ele ordenou que o secretário de Defesa, James Mattis, "inicie uma nova Revisão da Postura Nuclear para assegurar que a dissuasão nuclear dos Estados Unidos seja moderna, robusta, flexível, resiliente, que esteja de prontidão e que seja apropriadamente adaptada para deter as ameaças do século 21 e para tranquilizar os nossos aliados".

O governo já estava planejando o que os defensores do controle de armas afirmam que pode ser uma modernização de um trilhão de dólares da tríade ar-mar-terra ao longo de 30 anos, principalmente em meados dos anos 2020, quando as operações e o apoio estarão incluídos. Esses planos foram aprovados durante o governo do ex-presidente Barack Obama.

"Os Estados Unidos devem fortalecer e expandir em grande medida sua capacidade nuclear até que o mundo chegue a um acordo em relação às armas nucleares", escreveu Trump, em postagem no Twitter, em 22 de dezembro. Também em dezembro, Mika Brzezinski, coapresentadora do programa 'Morning Joe', da MSNBC, afirmou que Trump lhe contou em um telefonema: "Que seja uma corrida armamentista. Vamos superá-los a cada ato e durar mais do que todos eles."