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Recomendações de vinhos após um ano sensacional em Bordeaux

Elin McCoy

12/04/2017 17h23

(Bloomberg) -- O sol de primavera brilhava em Bordeaux em 31 de março, quando eu degustava amostras de vinhos tintos e brancos nesta lendária região da França. Minha missão era saber se a safra de 2016 supera a maravilhosa safra de 2015.

Direto ao ponto: os melhores vinhos desta safra são excepcionais, tão ou mais impressionantes do que suas versões de 2015. Muitos donos de chateaus dizem que seus produtos neste ano são os melhores que já fizeram (claro que eu já ouvi isso antes). O estilo de 2016 é diferente e tentador: os vinhos têm aromas frescos, florais, de frutas vermelhas, textura suave, complexidade e tanino concentrado.

O interesse por esta safra é enorme: 6.500 negociadores visitaram a cidade, comparado a 4.500 no ano passado. O Chateau Mouton-Rothschild recebeu 2.000 deles e o Pichon-Baron, 1.200. Os chineses apareceram em peso. Eu mesma viajei mais de 800 quilômetros. Rumei norte para Medoc, leste para Saint-Emilion e Pomerol e sul para Graves e Sauternes.

Eis o que aprendi: 2016 tem mais variação do que eu esperava, mas encontrei vinhos espetaculares para todos os gostos e bolsos.

Entre os grandes, me impressionou a qualidade dos segundos vinhos das principais vinícolas e das propriedades menores, o que reflete a boa qualidade da safra. No Chateau Pichon-Lalande, o segundo vinho Reserve de la Comtesse é estonteante. A pequena propriedade de Potensac fez seu melhor produto até hoje. Mas com raras exceções, os brancos secos e doces não impressionam tanto quanto os melhores tintos.

A safra de 2016 não foi gerada em clima de calmaria. A chuva foi constante de janeiro até meados de junho, mas deu lugar a uma seca debilitante. Uma chuva inesperada em 13 de setembro foi a salvação. Foi necessário muito trabalho e planejamento para as uvas vingarem.

"Foi preciso colher cada bloco de vinhas no momento certo e ser cuidadoso em cada decisão. A estrada para o equilíbrio era muito estreita", explicou Olivier Berrouet, do Chateau Petrus.

O solo e a idade das vinhas foram fundamentais para o sucesso, de acordo com Edouard Moueix, cuja família é dona de propriedades em Pomerol e Saint-Emilion. Plantações em terrenos com argila e calcário, que retêm água, não se estressaram durante a seca, mas o desfecho foi diferente nas plantações em terrenos de areia e cascalho.

A longa colheita durante o outono, com dias quentes e noites frias, produziu vinhos com menos teor alcoólico. E muitos chateaus produziram 20 por cento a mais do que em 2015.

Foram tantos vinhos excelentes que foi difícil listar os 18 melhores e 10 melhores de valor acessível.

Meus 18 eleitos da safra 2016 (em ordem alfabética)
Ausone
Clerc Milon
Cos d'Estournel
d'Issan
Ducru-Beaucaillou
Figeac
Lafite Rothschild
Lafleur
Leoville-Las Cases
Le Pin
Montrose
Mouton Rothschild
Palmer
Petrus
Pichon-Lalande
Pontet-Canet
Rauzan-Segla
Trotanoy

10 vinhos de melhor valor (garrafas custam de US$ 22 a US$ 40)
Capbern
Corbin
Lagrange
Lalande-Borie
Phelan Segur
Pibran
Potensac
Puy Blanquet
Reserve de la Comtesse
Siran

Também merecem destaque os produtos dos chateaus Angelus, Beychevelle, Belair-Monange,
Calon Segur, Canon, Cheval Blanc, Haut-Bailly, La Conseillante, Leoville-Barton, Pichon-Baron, Haut-Brion, Margaux, e Vieux-Chateau-Certan.