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Donald Trump viaja ao exterior cheio de problemas nos EUA

Margaret Talev e Jennifer Jacobs

19/05/2017 14h13

(Bloomberg) -- Nesta sexta-feira, Donald Trump começa sua primeira viagem ao exterior como presidente, com a Casa Branca mergulhada em uma crise e poucas perspectivas de que cesse o drama que perturba sua agenda.

Sua odisseia de oito dias pelo Oriente Médio e a Europa estará repleta de reuniões cruciais com aliados-chave. O rei Salman da Arábia Saudita. O Papa Francisco. O recém-eleito presidente da França, Emmanuel Macron. Contudo, cada uma dessas reuniões estará ensombrecida pela decisão de Trump de demitir o diretor do FBI, James Comey, na semana passada.

Essa polêmica -- e a investigação em andamento sobre possíveis laços entre a campanha eleitoral de Trump e a Rússia -- poderiam interromper a viagem a qualquer momento. Isso é um grande desafio para um presidente sem experiência em assuntos de política exterior antes de ser eleito e que já teve vários tropeços em encontros com outros líderes.

No entanto, se ele e sua equipe conseguirem algum sucesso político na primeira etapa da viagem, eles poderiam ter um pouco de alívio dos problemas nos EUA. Seria uma espécie de salva-vidas: uma chance de Trump parar a crescente ansiedade sobre sua capacidade de desempenhar o papel de líder do mundo livre.

"A grande pergunta que começou a surgir é sobre sua aptidão para a presidência, francamente falando; se ele está à altura do cargo", disse Richard Haass, presidente do Council on Foreign Relations. "Se ele se sair bem nesta viagem, a pergunta começará a calar ou a ser respondida. Se ele se der mal, isso colocará mais lenha na fogueira."

Oportunidade

Trump e sua equipe consideram a viagem como uma oportunidade para que o presidente dos EUA unifique líderes muçulmanos, judeus e cristãos contra o extremismo, disse um alto assessor do governo. Trump procurará definir o conflito com o Estado Islâmico e outros grupos terroristas como um conflito entre o bem e o mal, e não do Ocidente contra o Islã, disse o assessor.

Seus assessores também acreditam que Trump pode sinalizar que os EUA estão restabelecendo o papel de líder global, enfatizando a responsabilidade dos aliados de compartilhar uma maior parte do peso de suas próprias defesas e de aumentar investimentos e parcerias que possam criar empregos nos EUA, disse o assessor.

Trump começou a pensar na viagem logo após ser eleito e está muito envolvido nos preparativos. Ele escreveu grande parte dos discursos que pronunciará na Arábia Saudita e em Israel sobre extremismo e iniciativas de paz, disse o assessor.

O alto assessor do governo disse que a especulação sobre o impacto da crise de Comey na viagem é exagerada e que a Casa Branca não vê a viagem como uma oportunidade para redimir o presidente ou para mudar de assunto. Ao contrário, disse o assessor, o presidente e sua equipe estão confiantes de que o fundamental da viagem -- incluindo grandes anúncios de segurança nacional e de negócios -- vai gerar manchetes que podem tirar Comey, a Rússia e a nomeação de um conselho especial das primeiras páginas.