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Presidente do Fed de NY crê em continuidade da expansão dos EUA

Matthew Boesler e Christopher Condon

19/06/2017 14h29

(Bloomberg) -- O presidente do Federal Reserve de Nova York, William Dudley, mostrou sintonia com a presidente do Fed, Janet Yellen, e declarou sua expectativa de que o mercado de trabalho apertado nos EUA acabará gerando uma recuperação dos dados de inflação, que foram inesperadamente frágeis nos últimos meses.

"Estamos bastante próximos do que acreditamos ser pleno emprego", disse Dudley, na segunda-feira, em Plattsburgh, Nova York. "A inflação está um pouco mais baixa do que gostaríamos, mas achamos que, se o mercado de trabalho continuar apertando, os salários subirão gradualmente e, com isso, veremos a inflação voltar aos 2 por cento."

Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA subiram e o dólar avançou após os comentários de Dudley.

Na semana passada, a cúpula do Fed elevou sua taxa básica de juros pela terceira vez em seis meses e avançou com os planos de começar a reduzir o balanço de US$ 4,5 trilhões do banco central no fim do ano -- medida que também poderá ajustar a política diante do temor crescente em relação à estagnação da inflação. Dudley, em grande medida, fez coro com as declarações de Yellen na ocasião. Ela disse acreditar que a economia dos EUA continuará se expandindo a um ritmo moderado "nos próximos anos".

Dudley, visto como uma voz influente do Comitê Federal de Mercado Aberto, responsável por definir a taxa de juros, também mostrou otimismo com a economia dos EUA como um todo e disse que o banco central pretende endurecer a política monetária de forma "muito criteriosa" para não afetar a expansão iniciada em meados de 2009.

Em pesquisa da Bloomberg com economistas, no início do mês, os participantes estabeleceram uma probabilidade de 60 por cento, baseada na mediana das estimativas, de que haverá expansão pelo menos até julho de 2019, atingindo, portanto, 121 meses e superando os 10 anos de ganhos registrados na década de 1990.

"Eu na verdade estou bastante confiante de que, apesar de a expansão ser relativamente antiga, ainda temos um bom caminho a percorrer", disse Dudley, nesta segunda-feira. "A verdade é que estamos em boa posição."

O índice de inflação preferido do Fed, que desconsidera componentes alimentícios e de energia, caiu para 1,5 por cento no período de 12 meses até abril, muito abaixo da meta de 2 por cento do banco central. O resultado deixou os economistas confusos porque coincide com a queda consistente do índice de desemprego, que em maio se manteve no menor patamar em 16 anos, de 4,3 por cento.

"Se não estivéssemos prestes a retirar a acomodação, o risco seria de a economia entrar em colapso frente a um índice de desemprego muito, muito baixo, gerando inflação", disse Dudley. "E então o risco seria ter que pisar no freio e na sequência enfrentar uma recessão."