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Japan Tobacco persegue Marlboro no ramo de cigarros eletrônicos

Lisa Du, Grace Huang e Sam Chambers

30/06/2017 12h30

(Bloomberg) -- O fumante Takumi Itou é um exemplo do quanto a Japan Tobacco precisa se atualizar neste momento em que as concorrentes internacionais estão ganhando terreno na corrida para oferecer a próxima geração de alternativas aos cigarros.

Ele tem usado um aparelho IQOS, fabricado pela Philip Morris International, que custa 9.980 ienes (US$ 89) e aquece o tabaco em vez de queimá-lo. Ele terá mais opções na próxima quinta-feira, quando a Japan Tobacco começar a vender em Tóquio um produto rival chamado Ploom Tech, por 4.000 ienes. No entanto, após testar o aparelho de um amigo, Itou disse que não está interessado no novo produto.

"Não parece nem um pouco com tabaco", disse ele. Em vez disso, o músico de 38 anos estuda começar a usar o aparelho glo, de 8.000 ienes, da British American Tobacco, que segundo ele tem um sabor melhor.

Na semana que vem, todos os três aparelhos sem fumaça estarão à venda em Tóquio, disputando a liderança da próxima geração de produtos de tabaco. A Japan Tobacco corre o risco de ver suas concorrentes globais abrirem uma distância ainda maior após anunciar a estimativa de falta de produtos em seu lançamento devido a restrições de fabricação. Os clientes poderão apenas efetuar reservas pela internet e não conseguirão comprar o aparelho diretamente nas duas principais lojas da empresa, que serão inauguradas nesta semana.

"Eles claramente dormiram no ponto e é provável que tenham subestimado o potencial da categoria de aparelhos que aquecem o tabaco sem queima no Japão", disse Eamonn Ferry, analista do Exane BNP Paribas em Londres.

O Japão é um mercado crítico para o tabaco aquecido, a maior oportunidade de crescimento em décadas para os mercados desenvolvidos em meio à queda do consumo de cigarros. Com a previsão de que a venda desses aparelhos crescerá rapidamente para US$ 15,4 bilhões em todo o mundo em 2021, as empresas de tabaco estão correndo para conseguir o maior número de novos cigarros eletrônicos possível para construir fidelidade de marca.

As cápsulas de tabaco da Ploom Tech exigem novas linhas de produção, o que criou um gargalo de oferta, disse Suguru Fujiwara, chefe de marketing de produtos emergentes, em entrevista, na semana passada. A Japan Tobacco também está esperando para ouvir as opiniões dos usuários antes de elaborar planos concretos para uma expansão maior, mas pretende disponibilizar seus produtos em todo o país no início de 2018. "Queremos primeiro escutar os comentários dos clientes para decidir o próximo passo", disse ele.

Enquanto a empresa com sede em Tóquio planeja montar 100 estabelecimentos para que os consumidores retirem os aparelhos encomendados pela internet, a British American Tobacco programou para segunda-feira a venda de seu aparelho concorrente em mais de 8.000 lojas de conveniência de Tóquio e em suas duas lojas principais. A BAT também iniciará as vendas em Osaka e no restante da prefeitura de Miyagi, ao norte de Tóquio.