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Novo dono da F1 não pode acreditar na falta de patrocinadores

Tariq Panja

18/07/2017 09h59Atualizada em 21/07/2017 09h49

(Bloomberg) -- Muitas empresas estão ansiosas para se associar à Fórmula 1, a competição de automobilismo mais popular do mundo. A equipe McLaren Honda possui 26 patrocinadores corporativos. A Scuderia Ferrari tem 28, incluindo uma cervejaria tailandesa, um banco espanhol, uma empresa russa de segurança cibernética e uma outra fabricante de veículos italiana.

Os novos donos americanos da competição também gostariam de conseguir alguns patrocinadores. Quando a Liberty Media do bilionário John Malone comprou a Fórmula 1 por US$ 8 bilhões, em janeiro, adquiriu também o principal esporte motorizado do mundo -- que reivindica uma audiência de 400 milhões --, mas apenas uma fração de seus acordos de vendas e marketing, que enriquecem a maioria das equipes e ligas esportivas pelo mundo.

Como resultado, atualmente a competição conta com apenas cinco parceiros corporativos. Para efeito de comparação, a Nascar tem 43. Grande parte disso se deve à forma em que a categoria é administrada -- quase individualmente por seu antigo chefão, Bernie Ecclestone.

"Não havia chefe de patrocínio na Fórmula 1 quando cheguei, não havia chefe de imprensa, nem pessoal de marketing, nem pessoal de pesquisa", disse Sean Bratches, um ex-executivo da ESPN escolhido para liderar as operações comerciais há seis meses, em entrevista. Ele continuou com uma lista de outros funcionários importantes que faltavam na Fórmula 1 antes de comparar desfavoravelmente a falta de patrocinadores com os apoios que os melhores clubes ingleses de futebol conseguiram garantir.

"Nós estamos sentados aqui hoje e temos cinco patrocinadores, o Liverpool tem mais de 30, o Manchester United tem mais de 90. Eu acho que nós não vamos ter mais de 90, mas existe uma oportunidade de envolver os patrocinadores que estão buscando ativar suas marcas", disse Bratches, antes de um evento na região central de Londres para promover o esporte, na semana passada.

Bratches disse que a Fórmula 1 pode se inspirar no United, que transformou sua enorme base de apoio global em um formidável modelo de patrocínio dividido por região e categoria de produto. Primeiro, disse ele, a modalidade se concentrará em ampliar sua presença on-line. "É possível que sejamos a única empresa do planeta que não gera receita digital."

Para conseguir novos fãs e oportunidades de negócio, a Fórmula 1 afirma que quer levar corridas a cidades importantes, o que pode um dia incluir Londres, onde todas as equipes desfilaram carros e pilotos diante de 100.000 fãs. O único piloto ausente no evento foi o favorito da casa, Lewis Hamilton, que venceu o Grande Prêmio da Inglaterra no fim de semana passado. Os proprietários da corrida recentemente optaram por quebrar o contrato, citando prejuízos financeiros. A corrida em Silverstone será encerrada depois de 2019, a menos que seja fechado um novo acordo.

Bratches disse que está trabalhando para garantir que o Reino Unido continue no calendário de corridas, que provavelmente mudará significativamente sob o comando da Liberty Media. A Fórmula 1 recebeu mais de 40 demonstrações de interesse de possíveis locais, disse Bratches.