China busca setor de US$ 59 bi com aposta em IA
(Bloomberg) -- A China pretende tornar o setor de inteligência artificial um "novo e importante" motor da expansão econômica até 2020, de acordo com um plano de desenvolvimento emitido pelo Conselho de Estado.
As autoridades querem ser líderes globais, com a indústria da IA gerando mais de 400 bilhões de yuans (US$ 59 bilhões) de produção por ano até 2025, de acordo com o anúncio do gabinete no fim da tarde de quinta-feira. Entre as principais áreas de desenvolvimento estão software e hardware de IA, robôs e veículos inteligentes, realidade virtual e realidade aumentada, segundo o relatório.
"A inteligência artificial se tornou o novo foco da concorrência internacional", afirmou o relatório. "Devemos tomar a iniciativa de compreender firmemente a próxima etapa do desenvolvimento da IA para criar uma nova vantagem competitiva, iniciar o desenvolvimento de novas indústrias e melhorar a proteção da segurança nacional."
O plano destaca a ambição da China de se tornar uma potência mundial sustentada por gigantescas empresas de tecnologia, centros de pesquisa e forças armadas, que estão investindo fortemente na IA. Globalmente, essa tecnologia contribuirá com US$ 15,7 trilhões para a produção até 2030, de acordo com um relatório da PwC no mês passado. Isso é mais do que a produção combinada atual da China e da Índia.
Repercussões econômicas
"As repercussões econômicas positivas poderiam ser substanciais", disse Kevin Lau, economista sênior do Standard Chartered Bank em Hong Kong. "O simples fato de a China estar adotando a IA e de que tenha metas explícitas para o desenvolvimento na próxima década é sem dúvida algo positivo para a atualização contínua do setor fabril e para a transformação econômica geral."
A IA terá uma influência significativa na sociedade e na comunidade internacional, de acordo com um artigo do professor da Universidade de Ciência Política e Direito da China Oriental, Gao Qiqi, publicado na quarta-feira no Diário do Povo, o principal jornal do Partido Comunista.
A PwC concluiu que a segunda maior economia do mundo pode ganhar mais do que qualquer outra com a IA devido à alta proporção de produção derivada da atividade fabril.
Um relatório da Accenture e da Frontier Economics estimou no mês passado que a IA poderia aumentar a taxa de crescimento anual da China em 1,6 ponto percentual até 2035, para 7,9 por cento, em termos de valor agregado bruto, um indicador próximo do PIB, somando mais de US$ 7 trilhões.
Iniciativas militares e civis
A diretriz do Conselho de Estado também pediu que as empresas, universidades e forças armadas da China colaborem mais estreitamente no desenvolvimento da tecnologia.
"Vamos implementar ainda a estratégia de integrar os desenvolvimentos militares e civis", afirmou. "Institutos de pesquisa científica, universidades, empresas e unidades militares devem se comunicar e coordenar."
Mais profissionais e cientistas de IA devem ser capacitados, afirmou o Conselho de Estado, que também pediu a promoção de pesquisas interdisciplinares para conectar a IA a outras áreas, como ciências cognitivas, psicologia, matemática e economia.
--Com a colaboração de David Ramli Ryan Lovdahl Robin Ganguly e Jake Ulick
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.