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Desaceleração do Airbus A380 e Brexit preocupam fornecedora GKN

Benjamin Katz

26/07/2017 13h50

(Bloomberg) -- A redução na produção de superjumbos da Airbus começa a afetar os fornecedores. A GKN afirma que as vendas lentas do A380 estão pesando sobre sua receita, o que ressalta o entrelaçamento no setor de aviação, já que a empresa de engenharia britânica considera a possibilidade de acompanhar a fabricante de aviões caso transfira suas plantas para fora do Reino Unido após o Brexit.

O impacto do plano da Airbus de reduzir a produção do A380, uma aeronave de dois andares, está sendo sentido mais cedo que o esperado, informou a GKN na quarta-feira, já que a receita do programa deverá cair cerca de 45 por cento neste ano e o declínio está acelerando, segundo Kevin Cummings, que administra o braço aeroespacial do grupo com sede em Redditch, na Inglaterra.

"Estamos vendo uma descida de ladeira neste momento", disse Cummings, em conferência com analistas. A desaceleração do A380 se combinou com a demanda menor pelo Boeing 777 antes do lançamento de uma versão atualizada para compensar os ganhos da produção maior do Airbus A350 de fuselagem larga e do A320neo de corredor único, informou a GKN.

Após entregar 28 aeronaves A380 em 2016, a Airbus está reduzindo a produção em um momento em que irá passar para uma taxa de um avião por mês a partir de 2018. A fabricante afirmou que reduzirá a produção ainda mais na ausência de novas encomendas neste ano e que está sendo considerado um ritmo de 0,7 jato por mês, disseram pessoas com conhecimento das discussões.

Cummings disse esperar que a Airbus cairá para "pouco menos" de um A380 por mês e que "tentará manter esse ritmo o máximo possível antes de conseguir uma nova base de clientes com uma aeronave mais eficiente".

'Otimista'

A GKN está "otimista" de que a Airbus manterá a produção e o design de asas no Reino Unido após a saída do país da União Europeia e que o governo britânico levará em consideração as preocupações da fabricante de aviões em relação à sua capacidade de transferir pessoas entre as plantas e quanto à continuidade da isenção de impostos de importação para o setor aeroespacial, disse Cummings.

"Se ocorrer o infeliz resultado de eles não manterem a produção e, de alguma forma, se envolverem mais com a Europa, nós somos tão europeus quanto britânicos, então obviamente teremos que colocar mais ênfase no lugar em que estão os nossos clientes", disse o executivo.

A GKN registrou um ganho de 14 por cento no lucro antes de impostos do primeiro semestre, para 393 milhões de libras (US$ 512 milhões), impulsionado pelo trabalho nos programas de caças F/A-18 Super Hornet, da Boeing, e F-35 Lightning II, da Lockheed Martin, pelo forte desempenho de seu braço automotivo e pelo impacto benéfico das mudanças cambiais. A receita com aeronaves comerciais caiu 3 por cento.