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Aérea de baixo custo compra briga com gigantes nos EUA

Justin Bachman

02/08/2017 14h53

(Bloomberg) -- A Frontier recentemente sacudiu o setor de empresas aéreas dos EUA ao divulgar um comunicado de imprensa ousado. Considerando as consequências da notícia da decidida operadora, pode-se dizer que os superlativos foram um indiscutível presságio de guerra.

Uma guerra de preços, para sermos precisos.

A operadora de ultrabaixo custo (ULCC, na sigla em inglês) que ostenta animais selvagens nas caudas de seus aviões planeja dobrar sua presença no próximo verão (Hemisfério Norte) adicionando 21 cidades e 85 rotas para chegar a um total de 1.000 rotas, que lhe permitirão atingir 90 por cento da população dos EUA. A expansão tem um foco forte na Flórida e em Denver, a base da Frontier, e faz parte de uma expansão planejada que aumentará a frota de 75 aviões da família A320, da Airbus, para 120 aviões até 2022. A Frontier afirma que ampliando seus voos mais baratos pelo país, os passageiros economizarão mais de US$ 1 bilhão.

"Aproveitando a nossa fatia natural na conexão de passageiros, podemos oferecer nossas passagens mais baratas para uma maior parte dos EUA", disse a Frontier. "Isto é particularmente importante através do nosso terminal maior e da nossa base em Denver."

A notícia de 18 de julho suscitou uma rápida resposta do presidente da United, Scott Kirby, que já empregou a expressão "fatia natural" para descrever os planos de crescimento de sua empresa nos seus principais aeroportos. Denver, casualmente, é o mais rentável dos sete terminais da United Continental Holding nos EUA.

Kirby, que como presidente da American Airlines Group liderou a primeira verdadeira guerra de preços do setor contra as ULCC, disse que a notícia da Frontier ilustrava a falta de oportunidades de crescimento dessas operadoras. "Agora elas concorrem no nosso território e estão tentando ser uma operadora de rede em Denver", disse Kirby, declarando que essa é "uma batalha que eu garanto que a United vai ganhar".

Denver

Atualmente, cerca de um quarto dos passageiros da Frontier passam por Denver, que até recentemente era a única cidade onde a empresa vendia conexões. Nos próximos meses, a Frontier planeja oferecer conexões em mais algumas cidades, entre elas Austin, Cincinnati, Cleveland e Orlando, disse o porta-voz Richard Oliver.

Apesar de estar claro que a Frontier está se preparando para uma briga, ela não parece disposta a arrastar os investidores na disputa, já que adiou seus planos de fazer uma abertura de capital. O IPO foi adiado pelo menos até setembro, informou a Bloomberg News. Daniel Shurz, vice-presidente comercial sênior da Frontier, não quis comentar o IPO.

"Será que a era de rentabilidade altíssima das ULCC nos EUA está chegando ao fim?", perguntou a Airline Weekly em sua edição de 30 de julho. "Eu lembro que o nosso obituário já foi escrito muitas vezes", disse Shurz.

Para entrar em contato com o repórter: Justin Bachman em Dallas, jbachman2@bloomberg.net.

Para entrar em contato com a editora responsável: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net.

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