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Bancos adiam mudança a Dublin à espera de Brexit suave, dizem fontes

Dara Doyle

09/08/2017 11h25

(Bloomberg) -- As autoridades irlandesas viram uma queda no nível e na intensidade dos pedidos de instituições financeiras em busca de estabelecer sede em Dublin depois que a eleição de junho no Reino Unido gerou a perspectiva de um Brexit mais suave, segundo uma pessoa com conhecimento do assunto.

A primeira-ministra britânica Theresa May perdeu a maioria na votação de 8 de junho, levando alguns bancos, seguradoras e gestoras de ativos a reduzirem a escala do planejamento e, no lugar, buscarem a abordagem de esperar para ver, segundo a pessoa, que pediu anonimato porque a informação é privada.

Alguns executivos consideraram que o resultado da eleição aumentou as chances de o Reino Unido permanecer no mercado único, permitindo que instituições com sede em Londres continuem vendendo serviços financeiros para a União Europeia, disse a pessoa. Existe um "alto nível de ambiguidade em relação ao nível final de consultas de bancos sobre o Brexit", segundo as atas de uma reunião de junho da comissão do banco central, que supervisiona a organização.

O banco central da Irlanda não recebeu nenhum pedido formal para aprovar instituições de crédito no primeiro semestre do ano, revelam números divulgados na terça-feira.

Ainda assim, a comissão do banco central afirmou que as empresas expressaram interesse suficiente em uma base irlandesa para justificar o fortalecimento de suas atividades e aprovou a criação de 26 novos cargos para sua diretoria de instituições de crédito.

Base na UE

O Bank of America escolheu Dublin como base preferida na UE no mês passado e o JPMorgan Chase comprou, conforme o planejado, um bloco de escritórios no centro da cidade que pode acomodar até 1.000 pessoas.

Alguns bancos ainda estão se planejando para a potencial perda do acesso à região do euro. O Deutsche Bank está se preparando para um Brexit duro, com planos de contabilizar a "grande maioria" de seus negócios em Frankfurt, disse o CEO John Cryan em mensagem gravada em vídeo para os 98.000 funcionários do banco, no mês passado.

A IDA Ireland, agência responsável por atrair investimentos para a Irlanda, não deu retorno a uma chamada em busca de comentários sobre o nível de pedidos após as eleições no Reino Unido.

(Adiciona Bank of England do oitavo parágrafo.)

--Com a colaboração de Peter Flanagan