Gilead Sciences compra Kite Pharma em meganegócio de US$ 11,9 bi
(Bloomberg) -- A Gilead Sciences comprará a Kite Pharma por cerca de US$ 11,9 bilhões em sua maior aquisição da história por um novo tratamento contra o câncer que ajudará a diversificar sua franquia de remédios para infecções por hepatite C, que está em declínio.
Com a Kite, a Gilead ganhará presença em um dos campos mais promissores da oncologia: o dos tratamentos conhecidos como CAR-T, que alteram o sistema imunológico do próprio corpo para combater tumores. A empresa farmacêutica informou na segunda-feira que pagará US$ 180 por ação em um acordo integral em dinheiro. O valor é 29 por cento superior ao preço de fechamento da Kite, de Santa Monica, Califórnia, no pregão de sexta-feira.
"Essa decisão transforma a terapia celular na nossa principal estratégia daqui para a frente", disse o CEO da Gilead, John Milligan, em teleconferência com analistas. A empresa, que não teve grande sucesso no segmento de combate ao câncer até o momento, continuará à procura de ativos. "Não vamos parar depois desse acordo."
A aquisição coroa mais de um ano de busca em um momento de alta das avaliações das empresas de biotecnologia focadas em terapias avançadas e em meio à compra das melhores empresas por rivais. A Gilead, que buscava preencher a lacuna deixada pela queda nas vendas de medicamentos contra hepatite C, afirmou no ano passado que sentia "a urgência de procurar oportunidades externas".
A Gilead estava preparada para pagar o preço da Kite, cujas ações tiveram seu valor triplicado do início do ano até a última sexta-feira. Ainda sem nenhum tratamento no mercado, a Kite aguarda aprovação do governo dos EUA para um medicamento para o linfoma não-Hodgkin, um tipo de câncer do sangue. A Kite informou neste mês que o tratamento poderá estar pronto para lançamento em setembro, o que alçou suas ações a novos recordes. A empresa concorre com a gigante suíça Novartis para levar o primeiro produto CAR-T ao mercado.
A terapia mais avançada da Kite, axicabtagene ciloleucel, seria aplicada a um grupo de pacientes com linfoma não-Hodgkin, de difícil tratamento. A expectativa é que ela seja aprovada pela Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês) no fim de novembro -- autorização que também pode sair antes. A Novartis apresentou cerca de um mês antes o pedido de aprovação para tratamento de pacientes pediátricos com uma forma reincidente de leucemia. Outras empresas estão desenvolvendo tratamentos concorrentes.
A aquisição da Kite sinaliza uma evolução da postura da Gilead em relação às terapias CAR-T após uma pressão maior dos investidores por um acordo e depois que algumas empresas de biotecnologia, entre elas a Kite, mostraram resultados muito efetivos em testes. No ano passado, o CEO Milligan havia expressado ceticismo em relação às terapias, afirmando que elas eram complexas e demandavam muita mão de obra -- sendo mais semelhantes a um transplante de medula óssea do que a uma droga.
--Com a colaboração de Caroline Chen e Tatiana Darie
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