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BMW suaviza visual quadrado do elétrico i3 para enfrentar Tesla

Elisabeth Behrmann

29/08/2017 14h30

(Bloomberg) -- A BMW está dando ao seu carro elétrico i3, que parece um inseto, um novo visual esportivo para aumentar seu apelo e confrontar a Tesla em um momento em que a fabricante de veículos alemã se prepara para lançar versões movidas a bateria de sua linha popular.

Para ter um visual mais convencional, o i3 repaginado apresenta uma largura maior e uma dianteira alongada, o que o faz parecer menos atarracado. A traseira será menos quadrada e o teto se inclinará levemente para trás. A partir de novembro, a linha de carro urbano será expandida com uma versão esportiva que ostenta velocidade máxima de 160 quilômetros por hora, afirmou a fabricante com sede em Munique em comunicado.

O i3, de US$ 44.450, enfrenta dificuldades para atrair compradores desde a sua estreia, em 2013, porque os consumidores rejeitam seu preço elevado, a autonomia limitada e o design incomum. A concorrência se intensificou desde então com o novo sedã Tesla Model 3, de US$ 35.000, que iniciou as primeiras entregas no mês passado com um preço mais baixo e uma autonomia maior. Para se tornar mais competitiva, a BMW se prepara para lançar versões elétricas do SUV X3 e do Mini até o fim da década.

A nova versão do i3 terá sistemas opcionais de direção assistida, como controle de cruzeiro adaptativo e um recurso para ajudar a evitar mudanças de faixas, mas as mudanças não melhorarão a autonomia. O carro continuará sendo capaz de trafegar cerca de 160 quilômetros por recarga e 290 quilômetros com a inclusão do chamado extensor de alcance -- um pequeno motor a gasolina que gera eletricidade. Para efeito de comparação, o Tesla Model 3 possui autonomia de 350 a 500 quilômetros.

Consequências do escândalo

Apesar do início lento, a demanda pelo i3 se recuperou, somando mais de 25.500 vendas no ano passado. Desde a sua estreia, em 2013, a BMW entregou pouco mais de 83.000 carros i3.

A pressão para impulsionar as vendas de carros elétricos se intensificou no período de dois anos desde o surgimento do escândalo de fraude nas emissões dos veículos a diesel da Volkswagen. A crise pesou sobre a demanda pelos veículos, e agora se considera fundamental cumprir as regras ambientais mais rígidas que começarão na próxima década.

Neste fim de semana, Peter Altmaier, chefe de gabinete da chanceler alemã Angela Merkel, exortou as fabricantes de veículos alemãs a investirem mais em carros elétricos. As preocupações com a poluição excessiva dos veículos a diesel se tornaram um ponto de discussão fundamental na campanha para as eleições federais da Alemanha, no mês que vem, em um momento em que as ameaças de proibição de dirigir preocupam os consumidores. Enquanto isso, a França e o Reino Unido já tomaram medidas para proibir os motores de combustão até 2040.

--Com a colaboração de Gabrielle Coppola