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Com dinheiro sobrando, estrelas do private equity voam solo

Melissa Mittelman

06/09/2017 16h23

(Bloomberg) -- Durante quase duas décadas na KKR, Adam Clammer ajudou a liderar alguns dos maiores investimentos em tecnologia, tais como Go Daddy e NXP Semiconductors. Então, sentiu comichão para fazer o que muitos de seus colegas estão fazendo: abrir seu próprio negócio.

Com Jamie Greene, outro ex-sócio da KKR, Clammer, de 47 anos, deixou a gigante de private equity para fundar a True Wind Capital Management, em San Francisco, uma firma de investimento com foco em empresas de tecnologia de médio porte. No começo deste ano, a dupla de negociadores captou US$ 560 milhões para seu primeiro fundo, superando a própria meta em 40 por cento. Com alguns negócios na manga, estão de olho em outros.

Foi uma mudança profissional arriscada, sem dúvida, mas o momento atual é muito propício para negociadores deixarem o emprego e abrirem suas próprias empresas. Ao contrário do negócio de hedge funds, enormes quantias de dinheiro institucional estão inundando o mundo de private equity. E startups comandadas por pessoas com grande experiência estão com mais facilidade para abocanhar parte desse bolo.

Novos fundos de private equity captaram, em média, um volume recorde de US$ 658 milhões em 2017, 30 por cento a mais do que o recorde anterior de 2011, segundo dados compilados em julho pela firma de pesquisa Preqin. Esses fundos respondem por 8 por cento do total de captações este ano, o maior volume desde 2011. Para empreendedores de private equity, a perspectiva de elevados ganhos financeiros pode ser um grande atrativo.

"O private equity está ganhando neste momento e, com essas fortes captações, [os novos fundos] não estão perdendo tempo", disse Frank Steinherr, sócio do escritório de advocacia McDermott Will & Emery, especialista em negócios de private equity.

Exemplos não faltam. Em dezembro, um novo fundo liderado por um ex-executivo do Apollo Global Management levantou mais de US$ 500 milhões, incluindo um investimento-âncora de uma dotação da Universidade Harvard. Um mês depois, outros ex-executivos do Apollo captaram US$ 1 bilhão para o fundo de estreia da Gamut Capital Management, 33 por cento mais do que a meta. Ex-funcionários do TPG estariam buscando parceiros de alto nível para levantar US$ 1,6 bilhão para seu primeiro fundo.

O dinheiro disponível impressiona. No primeiro semestre de 2017, firmas de private equity em todo mundo levantaram US$ 221 bilhões, e as captações agora ultrapassam US$ 100 bilhões pelo terceiro trimestre consecutivo, segundo a Prequin.

Em um cenário de juros baixos, o setor de private equity se beneficia de instituições e indivíduos abastados em busca de retornos que superem o S&P 500 em longos períodos. Por outro lado, os hedge funds, pelo menos até recentemente, enfrentam uma fuga de capital com investidores relutantes em pagar altas comissões para gestores que, em sua maioria, mostram um desempenho abaixo do esperado.

Como empreendedores em toda parte, negociadores de private equity citam uma série de razões para abrir o próprio negócio, tais como ter mais autonomia e menos burocracia. As recompensas financeiras também podem ser enormes para fundadores de firmas bem-sucedidas.