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Mortes no trânsito aumentam nos EUA, mas celular não é o culpado

Ryan Beene

09/10/2017 12h20

(Bloomberg) -- As mortes no trânsito aumentaram nos EUA pelo segundo ano consecutivo em 2016 apesar da queda nas mortes por acidentes ligados a distrações ao volante, segundo dados divulgados pelo órgão federal regulador da segurança rodoviária.

Cerca de 37.461 pessoas morreram em colisões de veículos em 2016, maior total anual desde 2007, segundo números da Administração Nacional de Segurança de Tráfego Rodoviário dos EUA (NHTSA, na sigla em inglês). O crescimento de 5,6 por cento das mortes no trânsito no ano passado ocorreu após uma alta de 8,4 por cento em 2015, que foi o maior avanço anual desde meados da década de 1960.

As vítimas de motoristas distraídos, como por exemplo aqueles que enviam mensagens de texto enquanto dirigem, caíram 2,2 por cento no ano passado, informou a NHTSA na sexta-feira. As mortes ligadas a outros comportamentos de risco, como excesso de velocidade, condução em estado de embriaguez e falta de uso de cinto de segurança, contribuíram para um aumento geral das mortes, informou a agência. A condução em estado de embriaguez foi considerada culpada pela maior parte das mortes.

A agência "continua promovendo tecnologias veiculares que podem reduzir o número de acidentes e salvar milhares de vidas a cada ano", afirmou, em comunicado. Elas "podem finalmente ajudar a reduzir ou eliminar o erro humano e os equívocos cometidos pelos motoristas ao volante".

O novo aumento no número de milhas rodadas pelos motoristas norte-americanos no ano passado ajuda a explicar parte do aumento nas mortes por acidente, mas não sua totalidade. O número total de milhas percorridas aumentou 2,2 por cento no ano passado, enquanto o índice de mortalidade cresceu 2,6 por cento, para 1,18 morte por cada 100 milhões de milhas percorridas, segundo a agência. O total de milhas percorridas avançou 2,3 por cento em 2015.

Os órgãos reguladores alertaram sobre o aumento dos riscos à segurança nas ruas e rodovias, que ocorre após uma tendência decrescente na última década. Os ganhos também estimularam o interesse em Capitol Hill nos veículos autônomos como forma de conter os acidentes fatais, e parlamentares promoveram leis para acelerar a adoção de veículos autônomos.

A NHTSA concluiu também que as mortes de pedestres, motociclistas e ciclistas também aumentaram em 2016, representando cerca de um terço de todas as mortes em acidentes do ano passado, contra cerca de uma em cada quatro mortes de trânsito em 2007.

Os acidentes veiculares também estão causando impacto no setor de seguros.

A State Farm Mutual Automobile Insurance, maior provedora de cobertura automotiva dos EUA, registrou prejuízo com subscrição de US$ 7 bilhões no negócio no ano passado, afetada por custos de indenização maiores que o esperado. Rivais como Allstate, Hartford Financial Services Group e Geico, uma unidade da Berkshire Hathaway de Warren Buffett, têm sido pressionadas pelos custos crescentes das apólices automotivas devido ao aumento dos custos causados por motoristas distraídos com smartphones e por reparos.

--Com a colaboração de Lisa Du