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LVMH é uma potência que não para de render: Gadfly

Andrea Felsted

10/10/2017 12h14

(Bloomberg) -- A festa do luxo parece um pouco menos convidativa atualmente. No entanto, pelo menos para a LVMH, os resultados continuam fortes.

A LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton informou na segunda-feira um crescimento orgânico das receitas superior às expectativas no período de três meses encerrado em 30 de setembro.

Perfumes e cosméticos foram os destaques, com um crescimento orgânico das receitas de 17 por cento no terceiro trimestre para essa divisão. O resultado ficou muito acima das expectativas dos analistas, que projetavam um aumento de 9 por cento, e contou em parte com a ajuda do lançamento da linha Fenty Beauty, de Rihanna, na rede Sephora, pertencente à LVMH. Mas a moda e os artigos de couro, com alta margem, também se saíram bem e geraram um crescimento orgânico de 13 por cento, em comparação com as expectativas de uma expansão de 9 por cento. Somente a divisão de vinhos e bebidas alcoólicas ficou abaixo das expectativas, devido a limitações de oferta.

A sorte das marcas de luxo mudou notavelmente nos últimos 12 meses, porque uma demanda reprimida dos consumidores chineses reativou o apetite por tudo, das bolsas Louis Vuitton aos mocassins Gucci. Mas, como Gadfly observou, a vida na terra do luxo está prestes a se tornar mais desafiadora.

O crescimento das receitas agora se compara com um período de um ano atrás, quando as condições começaram a melhorar. Isso só vai acentuar nos próximos meses, e as comparações em relação ao ano anterior ficarão mais duras. Ao mesmo tempo, os grupos europeus enfrentam forças contrárias devido à valorização do euro. A LVMH, por exemplo, afirma ter sofrido um impacto cambial negativo de 5 por cento no terceiro trimestre.

Mas a forte posição da LVMH em moda e artigos de couro, assim como em produtos de beleza ? que não parece estar perdendo força, apesar de alguns anos muito fortes para a indústria de cosméticos ?, deve colocá-la em uma boa posição para resistir a condições mais adversas. Sua estrutura de conglomerado oferece uma diversificação útil, que também serve como um sistema de alerta precoce para todo o grupo se um braço detectar problemas à frente. E a integração da Christian Dior Couture, adquirida pela LVMH no início deste ano, também vai ajudar.

Não é de admirar que a razão futura entre preço e lucro da LVMH esteja próxima à da rival Kering, cuja marca Gucci atravessa uma notável recuperação no momento, e com um prêmio maior que o do grupo de pares de luxo da Bloomberg Intelligence. Essa avaliação é merecida.

A LVMH é como uma de suas famosas bolsas Neverfull: uma potência do guarda-roupa que continua rendendo enquanto outros estilos vêm e vão.

Esta coluna não reflete necessariamente a opinião da Bloomberg LP e de seus proprietários.