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Banco de carro Tesla conforta fabricante em aposta além do couro

Andrew Noël

19/10/2017 14h29

(Bloomberg) -- Depois de transformar a Stahl na maior fabricante mundial de produtos químicos para couro, o CEO Huub van Beijeren pretende triplicar as receitas obtidas com revestimentos usados em uma série de produtos, desde bancos sintéticos para carros Tesla até papel.

Dos mais de 900 milhões de euros (US$ 1 bilhão) em receita que a empresa holandesa de capital fechado espera gerar em 2018, mais de um quinto virá de sua unidade de revestimentos de desempenho, disse o CEO, em entrevista.

"Buscamos dobrar ou triplicar as vendas nos próximos anos", disse o CEO. "Nós nos concentraremos muito mais em aquisições fora do segmento couro."

A Stahl, de propriedade da empresa de aquisições francesa Wendel, fechou a compra da divisão de produtos químicos para couro da BASF no início do mês para complementar uma divisão adquirida da suíça Clariant. Ao ampliar a escala nos ramos de revestimentos e couro, a Stahl tem mais recursos disponíveis para pesquisa e desenvolvimento de acabamentos de couro de alto desempenho e de revestimentos baseados em polímeros, segundo o CEO.

A Clariant e a BASF receberam participações de 19 por cento e 16 por cento, respectivamente, na Stahl ampliada como resultado dos acordos no ramo de couro. Van Beijeren disse que a Stahl poderia acabar virando candidata a uma oferta pública inicial, considerando que as empresas químicas e a empresa de aquisições Wendel sairão em algum momento.

"Primeiro, trabalharemos duro para transformar a aquisição da BASF em sucesso, depois trabalharemos com nossos acionistas para descobrir para onde seguiremos a partir daí", disse ele.

Bancos da Tesla

O fornecimento de produtos para componentes da Tesla ocorre após 25 anos de construção gradual de uma especialização em revestimentos e acabamentos. Os revestimentos de poliuretano e outros produtos usados em carros elétricos evitam manchas e protegem da ação do tempo. Há um ano, a Stahl adquiriu a Eagle Performance Products, adicionando retardantes de chamas à base de água para têxteis e couro. Os detalhes financeiros não foram divulgados, mas Van Beijeren disse na entrevista que o negócio registrava 20 milhões de euros em vendas.

Ao comprar a divisão da BASF, Van Beijeren disse que procura recuperar a glória da antiga líder de mercado. A unidade de produtos químicos para couros tinha "produtos fantásticos e reputação", mas nos últimos 20 anos perdeu a vantagem no que diz respeito aos serviços técnicos, disse o CEO.

"Aos poucos, mas de modo constante ao longo dos anos, eles perderam esse modelo com cortes de custos", disse Beijeren. "Acreditamos que podemos preencher um grande vazio por lá. É o que a Stahl trará para essa aquisição."