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Britânicas voltam ao mercado e impulsionam geração de empregos

Lucy Meakin

19/10/2017 13h37

(Bloomberg) -- Um dia após o presidente do Banco da Inglaterra, Mark Carney, sofrer críticas pelas disparidades salariais entre gêneros, novos dados mostram que as mulheres estão impulsionando a expansão da geração de empregos no Reino Unido.

As mulheres responderam por 246.000 dos 317.000 empregos gerados nos últimos 12 meses, informou o Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS, na sigla em inglês), na quarta-feira. O fenômeno se explica em parte pelas mudanças na idade de aposentadoria pública, o que significa que menos pessoas se aposentam na faixa de 60 a 65 anos, afirmou o órgão.

A questão das mulheres na força de trabalho ganhou destaque com novas regras implantadas em abril que exigem que todas as empresas com 250 funcionários ou mais calculem e reportem qualquer disparidade salarial entre trabalhadores homens e mulheres.

Carney, que ao chegar ao cargo, em 2013, prometeu remediar o desequilíbrio entre gêneros nos altos escalões da instituição, disse a parlamentares em Londres, na terça-feira, que o banco central tem uma diferença salarial entre gêneros de 24 por cento devido à falta de mulheres em cargos de comando. Há apenas uma mulher no Comitê de Política Monetária, que define as taxas de juros, e nenhuma no Comitê de Política Financeira.

O forte aumento do emprego feminino -- as mulheres representaram mais de 80 por cento dos 94.000 empregos gerados entre junho e agosto -- pode refletir a força do mercado de trabalho. O desemprego registra o menor nível em quatro décadas e alguns setores têm dificuldades para encontrar funcionários. Mas o fenômeno também pode estar ocorrendo devido à pressão sobre as finanças familiares, considerando que o crescimento salarial continua perdendo de muito do índice de inflação.

A proporção de mulheres empregadas se manteve em 70,7 por cento, fatia quase recorde. Consequentemente, houve uma queda na fatia de mulheres que não trabalham, nem procuram emprego.

Os dados indicam também que, apesar das mudanças, os papéis tradicionais dos gêneros persistem. Dos 2,07 milhões de pessoas que se declaram inativos porque cuidam da família ou da casa, uma mínima recorde, 1,85 milhão de pessoas são mulheres.