Acordos de Trump com China impressionam, mas são inconsistentes
(Bloomberg) -- O número é impressionante: um quarto de trilhão de dólares em acordos da China que o presidente dos EUA, Donald Trump, pode usar para mostrar que está criando oportunidades para as empresas americanas e também empregos.
A realidade, no entanto, é que os cerca de 15 acordos divulgados nesta quinta-feira consistem em memorandos de entendimento não vinculantes e poderiam demorar anos para se materializar -- se isso acontecer. Um dia antes, o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, tinha anunciado US$ 9 bilhões em acordos, a maior parte também memorandos de entendimento com poucos detalhes, e não contratos.
"Para mim, esta é uma visita tradicional onde os acordos se acumulam para mostrar uma grande quantidade", disse James McGregor, presidente da consultoria APCO Worldwide para a China. "Isto era normal quando os EUA e a China estavam fortalecendo a relação, mas agora a China é uma potência comercial global com políticas industriais muito nocivas e isto parece muito ingênuo. Só serve para que o presidente Trump possa mostrar sua capacidade de negociação."
Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, elogiaram os acordos nesta quinta-feira e os chamaram de exemplos de uma cooperação "proveitosa para todos" entre as maiores economias do mundo. Ao mesmo tempo, Xi disse que a China abriria seu mercado de acordo com seus próprios "cronogramas e rumos" e chamou a respeitar as "diferenças" entre os dois países -- sinal de que Trump terá mais dificuldades para pressioná-lo para que faça grandes mudanças políticas.
'Clássico'
Os funcionários apontaram para a ausência de acordos que deem às empresas americanas mais acesso aos mercados chineses ou que abram os mercados financeiros chineses -- algo que os investidores pedem há anos.
Max Baucus, ex-embaixador dos EUA na China, disse à Bloomberg Television: "Este é um clássico dos chineses. Eles fazem isto há milênios".
A falta de substância durante a viagem de Trump poderia minar um de seus principais objetivos na Ásia: fechar acordos que reduzam na prática os déficits comerciais dos EUA com algumas das maiores economias da região. Trump saiu do Japão e da Coreia do Sul quase sem resultados após visitas que colocaram o foco acima de tudo na consolidação dos laços de segurança.
"O que a comunidade empresarial mais deseja é um engajamento orientado à busca de resultados e concentrado em soluções que forneçam um maior acesso -- e um campo de jogo mais nivelado -- à segunda maior economia do mundo", disse Jacob Parker, vice-presidente do U.S.-China Business Council em Pequim.
--Com a colaboração de Keith Zhai
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