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Google endurece regras para limpar YouTube para anunciantes

Mark Bergen e Lucas Shaw

17/01/2018 10h36

(Bloomberg) -- O Google está executando as maiores mudanças nas regras para anúncios do YouTube desde a criação do site de vídeos, em outra tentativa de limpar seu conteúdo e responder às persistentes reclamações dos anunciantes.

O YouTube agora aplicará critérios mais rigorosos para os tipos de vídeo que podem gerar dinheiro no site e lançará um novo processo de verificação para os vídeos premium oferecidos aos anunciantes, informou a empresa na terça-feira, em comunicado. No ano passado, o YouTube lidou com uma série de críticas, a partir de março, quando foram encontrados anúncios ao lado de vídeos com conteúdos violentos e racistas, levando vários anunciantes a retirarem propagandas.

Mas os problemas continuaram. A Bloomberg publicou na semana passada que o Google, da Alphabet, havia discutido algumas das novas mudanças com parceiros na semana passada após revelações alarmantes sobre vídeos do YouTube com crianças. O Google não divulga ao público a receita do YouTube, mas com frequência cita o maior website de vídeos do mundo como um de seus negócios de mais rápido crescimento.

Em abril, após o boicote a um anúncio, o YouTube elevou o limite para divisão da receita com os criadores dos vídeos, exigindo que esses sites tivessem pelo menos 10.000 visualizações. Agora, o Google abrirá publicidades só para canais do YouTube com mais de 1.000 assinantes e 4.000 horas de visualização acumuladas ao longo de um ano. As restrições são pensadas para filtrar vídeos ofensivos, embora as últimas controvérsias do YouTube tenham envolvido alguns de seus criadores mais populares, como PewDiePie e Logan Paul.

"Embora esse limite tenha oferecido mais informações para determinar se um canal seguia nossas diretrizes e políticas da comunidade, ficou claro nos últimos meses que precisamos de um padrão mais elevado", disseram Robert Kyncl, diretor de negócios do YouTube, e Neal Mohan, líder de produto, em postagem de blog conjunta.

Como o YouTube enfrentou reclamações de anunciantes, a empresa se defendeu ressaltando o número de criadores que dependem do serviço para subsistência. Alguns criadores de vídeos relataram quedas de até 80 por cento nas receitas após restrições mais duras do YouTube. Na postagem no blog do YouTube, a empresa afirmou que 99 por cento dos criadores afetados pelas novas mudanças ganham menos de US$ 100 por ano com anúncios do YouTube.

Além das novas restrições, o YouTube está prometendo que sua equipe de moderadores de conteúdo analisará todos os vídeos do Google Preferred, a oferta premium da empresa para anunciantes. O Google afirmou que o processo de revisão manual será estabelecido até meados de fevereiro nos EUA e até o fim de março em outros países.

Após o boicote inicial, o YouTube entregou aos anunciantes uma série de novos controles para garantir que os anúncios deles não sejam exibidos ao lado de conteúdo ofensivo. No entanto, voltaram a ocorrer problemas semelhantes, desencadeados no outono (Hemisfério Norte) com conteúdos voltados a crianças.

"Desta vez é diferente", disse Eric Reynolds, diretor de marketing da Clorox, em entrevista por telefone sobre as novas políticas do YouTube. "Parece haver agora um novo nível de comprometimento." Reynolds disse que havia congelado algumas publicidades para o YouTube no ano passado, mas que agora voltou com investimentos maiores.