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Destino de parque de US$ 3,8 bi em Paris depende do metrô

Bloomberg News

08/02/2018 13h46

(Bloomberg) -- A decisão do presidente francês Emmanuel Macron de reduzir os gastos de um vasto plano de expansão da rede de transportes de Paris está deixando os desenvolvedores de um complexo comercial e de lazer de 3,1 bilhões de euros (US$ 3,8 bilhões) cada vez mais nervosos em relação ao futuro do projeto.

A EuropaCity, o empreendimento nos arredores de Paris -- que deverá incluir shoppings, cinemas e uma pista de esqui indoor -- é uma iniciativa da Dalian Wanda Group, do bilionário chinês Wang Jianlin, e da varejista francesa Auchan.

Para atrair clientes, eles querem uma ligação com o extenso sistema de metrô da capital francesa, uma conexão que deveria fazer parte do projeto de infraestrutura Grand Paris. Agora, o governo francês está sinalizando que serão tomadas decisões difíceis em alguns aspectos do plano de transporte e é possível que haja atrasos.

"Estamos realmente preocupados com o cronograma da expansão do metrô Grand Paris", disse Benoît Chang, chefe da joint venture EuropaCity, em entrevista. "Se ela for adiada, qual é a garantia de que essa linha de metrô será construída?"

A preocupação com o futuro da EuropaCity cresce à medida que se aproxima a decisão do governo sobre as partes do Grand Paris, de 38,5 bilhões de euros, que avançarão. Macron está dividido entre a necessidade de uma conexão cara ao aeroporto para os Jogos Olímpicos de 2024 em Paris e outras demandas de usuários e grupos empresariais.

Redução de escala

Também surgiram perguntas sobre o compromisso da Wanda com o parque recreativo, porque a empresa chinesa está vendendo bilhões de dólares em ativos. No ano passado, a Wanda prometeu desafiar a Walt Disney com seu império comercial. Desde então, começou a reduzir suas ambições globais e seus investimentos no exterior sob a pressão do governo chinês.

Uma pessoa próxima à Wanda disse que a empresa continua comprometida com a EuropaCity e pede ao governo francês que entenda que o transporte público desempenha um papel decisivo no futuro do projeto. A Wanda preferiu não fazer comentários.

Chang, que representa ambos os parceiros do empreendimento, disse que os investidores estão "preocupados com a confiabilidade" do apoio do governo a uma linha de metrô que deixaria o lugar a apenas 24 minutos do centro da cidade.

Os desenvolvedores da EuropaCity, que também terá hotéis, um circo, uma sala de espetáculos e um parque aquático, pretendem inaugurar o parque em 2024 para coincidir com a Olimpíada. Eles prometeram criar milhares de empregos e dar nova vida à economia dos subúrbios a nordeste da cidade, que enfrentam dificuldades.

O governo francês adiou diversas vezes a decisão final sobre o plano do Grand Paris enquanto busca uma solução para cobrir os custos crescentes de quase 200 quilômetros de trilhos e 68 estações. Um porta-voz do governo não deu retorno a um pedido de comentário.

--Com a colaboração de Jing Yang de Morel e Helene Fouquet