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Tesco anuncia redução na diferença salarial entre gêneros

Sam Chambers e David Hellier

21/02/2018 14h04

(Bloomberg) -- A Tesco, maior empregadora privada do Reino Unido, anunciou que a diferença salarial entre funcionários homens e mulheres diminuiu no ano passado, embora uma parcela crescente dos cargos de alto escalão esteja ocupada por homens.

No período de um ano até abril de 2017, a Tesco pagou às funcionárias em média 12 por cento menos que aos trabalhadores do sexo masculino, informou a empresa varejista em comunicado, nesta quarta-feira. São 2 pontos percentuais menos que no mesmo período do ano anterior, uma diferença inferior à média nacional. Ainda assim, apenas 40,7 por cento dos cargos mais bem pagos da empresa são ocupados por mulheres, contra 41,4 por cento há um ano.

"Queremos eliminar completamente a diferença", disse o CEO da Tesco para o Reino Unido e a Irlanda, Matt Davies, no relatório. "Uma mudança sustentável e de longo prazo levará tempo. Mas também acreditamos que é a coisa certa para o nosso negócio."

A Tesco publicou os dados sobre diferenças salariais justamente em um momento em que enfrenta uma ação judicial possivelmente grande que sustenta que os vendedores das lojas da empresa, em sua maioria mulheres, recebem, de forma injusta, menos que seus pares dos armazéns, em sua maioria homens. O tema da igualdade salarial chegou ao topo da agenda corporativa no Reino Unido após a publicação dos salários mais elevados da British Broadcasting Corporation, a BBC, que revelou diferenças significativas entre a remuneração de homens e mulheres.

As empresas britânicas com 250 funcionários ou mais têm até 4 de abril para informar as proporções salariais por gênero por meio de um website do governo. Até o momento, apenas 1.000 empresas apresentaram seus números, de um total esperado de cerca de 9.000. O governo escreveu aos empregadores afetados pelas regras para lembrá-los dessa obrigação.

A Tesco, que revela as diferenças salariais entre gêneros desde 2012, informou que a propensão maior dos funcionários do sexo masculino para trabalhar em turnos que rendem remunerações extras, como períodos noturnos e feriados, ajuda a explicar a discrepância.

"As diferenças salariais mostram que muitos trabalhadores têm salários por hora nos quais a progressão salarial não depende do tempo que ocupam o cargo", disse Charles Cotton, assessor do Chartered Institute for Personnel and Development. "Como as estruturas de remuneração são mais planas, há menos possibilidades de grandes diferenças."