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Aston Martin precisa de `irmão maior' contra onda autônoma

Benjamin Katz

27/02/2018 10h31

(Bloomberg) -- A Aston Martin procura um "irmão maior" como parceiro para sobreviver como fabricante de automóveis de luxo e de baixo volume, apesar de ter registrado o primeiro lucro em oito anos e de se preparar para uma possível oferta pública inicial.

A fabricante, famosa por ser o carro favorito do espião James Bond no cinema, poderia usar uma combinação de capital levantado por meio de IPO e uma parceria com uma empresa maior para garantir sua permanência no topo em meio à ascensão da direção autônoma, que está levando as fabricantes de carros a investirem bilhões na tecnologia, segundo o CEO Andy Palmer.

"Estamos criando um novo tipo de empresa, uma empresa capaz de sobreviver com 7.000 a 14.000 carros muito rentáveis e de altíssimo preço por ano, mas capaz de sobreviver graças aos seus parceiros", disse Palmer, na segunda-feira, em entrevista à Bloomberg TV. "Ela pode ser muito rentável nessa faixa de 7.000 a 14.000 carros por ano, mas apenas se tiver um irmão maior para ajudá-la."

A empresa anunciou na segunda-feira que o lucro antes de impostos foi de 87 milhões de libras (US$ 121 milhões) no ano passado, após prejuízo de 163 milhões de libras em 2016. É o primeiro lucro registrado desde 2010, segundo um porta-voz, impulsionado pelas vendas de seu modelo esportivo mais recente, o DB11.

Os resultados ajudam a consolidar a mudança feita por Palmer nessa marca emblemática e as vendas de seus modelos mais recentes darão impulso à empresa antes de uma possível venda de ações. A Bloomberg publicou no mês passado que a fabricante de automóveis busca uma avaliação de até 5 bilhões de libras em um IPO.

A Daimler, dona da Mercedes-Benz, já detém uma participação de 5 por cento na Aston Martin e as duas empresas mantêm parceria para desenvolvimento de capacidades de direção autônoma, disse Palmer. A fabricante precisa de mais apoio industrial para se manter à frente em tecnologia, disse, sem especificar.

Outros nomes do luxo, um segmento de nicho, já se aliaram a empresas maiores. A Lamborghini pertence à Volkswagen e a Ferrari tem os mesmos donos da Fiat-Chrysler Automobiles. A Li Shufu, que na sexta-feira adquiriu uma participação de 9,7 por cento na Daimler, é proprietária da fabricante de carros esportivos britânica Lotus por meio da empresa que fundou, a Zhejiang Geely Holding Group.

Perspectiva otimista

A Aston Martin projeta outro aumento nos lucros neste ano, o que poderia elevar sua avaliação projetada em meio aos avanços para o lançamento de um novo modelo no lucrativo segmento dos veículos utilitários esportivos e de um novo carro elétrico, ambos programados para 2019. A empresa planeja outros três novos modelos, sendo dois sedãs de luxo, projetados para ressuscitar a marca Lagonda.

As receitas subiram quase 50 por cento em 2017 com a entrega, pela primeira vez desde 2008, de mais de 5.000 unidades. O lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização foi de 207 milhões de libras, 15 por cento superior à projeção da própria empresa.

--Com a colaboração de David Westin