Fabricante de chips se afasta do abismo chamado iPhone: Gadfly
(Bloomberg) — O inverno tem sido duro para a Dialog Semiconductor, que deve três quartos das receitas à Apple. Um aviso de que a fabricante do iPhone poderia deixar de usar os chips de gerenciamento de energia da empresa eliminou 43 por cento do valor de mercado da empresa britânica em três semanas.
Na quarta-feira, a desenvolvedora de chips deu um passo na direção contrária do abismo quando o CEO Jalal Bagherli dissipou algumas preocupações dos investidores a respeito do futuro imediato da Dialog.
Garantindo que não violaria os rígidos acordos de não divulgação da Apple, Bagherli afirma que o segundo semestre do ano será mais forte que o primeiro, o que sugere que a empresa ainda está ganhando contratos para o iPhone. O smartphone normalmente é colocado à venda em setembro, e a produção aumenta nos meses anteriores.
A Apple já fechou boa parte dos contratos de fornecimento para a linha de produtos deste ano. A Bloomberg News informou na segunda-feira que a empresa lançará três novos aparelhos. A Dialog está tirando proveito do lançamento de sensores 3D para desbloquear telefones e utilizar recursos de realidade aumentada.
Os sensores 3D usados pelo sistema Face-ID da Apple, que consomem muita energia, precisam de mais tecnologia de gerenciamento de energia. Após sua inclusão no iPhone X, no ano passado, o conjunto de sensores chegará ao iPad e aos modelos mais baratos de iPhone neste ano, gerando mais demanda pela tecnologia da Dialog.
Há motivos para otimismo também em 2019. Bagherli indicou que a Dialog garantiu contratos para produtos de menor volume, como iPad e Apple Watch, e negocia preço e volume para o iPhone do ano que vem.
Os investidores ainda têm motivos para se preocupar com as perspectivas da empresa depois disso. A Apple vem contratando inúmeros engenheiros de circuitos de gerenciamento de energia, inclusive da própria Dialog, e os executivos da empresa de Cupertino têm afirmado publicamente que os chips produzidos internamente pela Apple funcionam em maior harmonia com seus sistemas operacionais. Com a diminuição da demanda por smartphones, o desenvolvimento do equipamento em si pode ajudar a tirar mais lucro de cada aparelho. Os chips da Apple e da Dialog são construídos em grande parte por contrato com a mesma fabricante, a Taiwan Semiconductor Manufacturing.
A Dialog ganhou um pouco de tempo para encontrar fontes alternativas de receita, e os investimentos em pesquisa aumentaram no ano passado. Bagherli ofereceu alguns indícios — ao mencionar recargas sem fio e a possibilidade de garantir encomendas de "um grande fornecedor de smartphones" para produzir chips para óculos inteligentes a partir do ano que vem. Os chips da Dialog controlam a conexão Bluetooth com os smartphones.
A apresentação de Bagherli ajudou a elevar as ações da empresa em 13 por cento nesta quarta-feira. Mas será preciso mais do que isso para provar que a empresa está novamente segura e longe desse abismo com forma de maçã.
Essa coluna não reflete necessariamente a opinião da Bloomberg LP e de seus proprietários.
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