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Para Goldman, ações de emergentes são a melhor aposta do mundo

Ben Bartenstein e William Mathis

15/03/2018 11h12

(Bloomberg) -- A melhor aposta de investimento no mundo atualmente é nas ações de mercados emergentes, após a queda de fevereiro ter barateado os papéis. A opinião é da Goldman Sachs Asset Management.

Diferentemente do ocorrido em outros episódios de correção, quando o dinheiro fugia das nações em desenvolvimento, desta vez os clientes estão aproveitando para comprar mais ativos de risco, disse Sheila Patel, presidente da divisão internacional da GSAM. Esta estratégia funcionou bem no último mês: as ações de países emergentes geraram retorno de 3,1 por cento, superando o ganho de 2,5 por cento de seus pares nos EUA.

"É difícil lembrar de um período de mais otimismo", disse ela em entrevista concedida na sede da Bloomberg em Nova York. "Isso não significa que dá para relaxar, porque existem fatores de nervosismo, mas eles tendem a envolver a estrutura dos mercados."

O braço de gestão de recursos do Goldman Sachs Group, que administra mais de US$ 1 trilhão, está fazendo a mesma recomendação que GMO, Voya Investment Management e JPMorgan Chase, após o índice de referência para bolsas emergentes ter avançado mais de 75 por cento desde o início de 2016. O argumento é que as ações de nações em desenvolvimento têm fôlego porque estão historicamente baratas, oferecem crescimento dos lucros e menos volatilidade.

Segundo Patel, a GSAM está particularmente otimista em relação a ações de empresas de saúde da Índia e companhias voltadas para o consumidor no México, além de títulos de dívidas da Argentina. Ela acredita que o governo do primeiro-ministro Narendra Modi vai aumentar o gasto com saúde pública e que o pessimismo dos investidores em relação a México e Argentina é exagerado, embora os riscos políticos não possam ser ignorados.

Compilamos abaixo outros comentários da gestora sobre mercados emergentes:

Oportunidades e negociações em torno do Nafta

"Ainda temos esperança de que parte disso é só posicionamento e negociação no nível microeconômico e não um rompimento total do Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte). A partir dessa visão, o México ? no contexto do ambiente econômico global mais benigno ? é beneficiário, com suporte contínuo à classe média. Se for o caso, então há boas oportunidades em algumas ações de empresas de consumo. E com as preocupações em torno do Nafta, podem surgir oportunidades de compra interessantes ocasionalmente."

'Muita empolgação' com a Arábia Saudita

"A Arábia Saudita é um dos lugares aos quais estamos nos dedicando e provavelmente estará apta a receber investimentos logo. Com a provável inclusão no índice MSCI e uma situação demográfica muito favorável, há muita empolgação entre nossos clientes para entender as oportunidades que podem existir à medida que aquele mercado se abre."

Ramaphosa e trajetória da África do Sul

"Estamos animados com o novo presidente e estávamos muito reticentes durante o período recente de instabilidade. No caso da África do Sul, é a instabilidade que nos impedia de assumir um grande compromisso. Ainda estamos olhando devagar, mas temos uma base para revisar a análise. Estamos voltando a achar que é hora de um novo olhar, porém ainda não demos um grande passo neste sentido."

Vietnã tem 'algumas oportunidades realmente interessantes'

"A atividade complementar ou secundária que vem de locais como a China é uma oportunidade de verdade. À medida que a atividade de manufatura fica mais cara na China, observamos oportunidades muito interessantes em lugares como o Vietnã. Duvido que 10 atrás alguém enxergasse o Vietnã como oportunidade como fornecedor para o consumidor chinês. Provavelmente as pessoas achariam que era loucura. Hoje é um tema de investimento importante."

--Com a colaboração de Justin Villamil Aline Oyamada George Lei e Srinivasan Sivabalan