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CME planeja lançar opções para grãos da região do Mar Negro

Isis Almeida

19/04/2018 14h00

(Bloomberg) -- Maior bolsa de derivativos do mundo, a CME Group pretende lançar contratos de opção para grãos produzidos em torno do Mar Negro, após o sucesso da introdução dos contratos futuros, de acordo com pessoas com conhecimento dos planos.

A bolsa vem discutindo o assunto com investidores e corretoras e estuda opções para milho e trigo produzidos na área, de acordo com as fontes, que pediram anonimato porque o plano ainda não foi anunciado. A decisão vem na esteira do rápido aumento da negociação de contratos futuros de trigo da região.

O entorno do Mar Negro vem se destacando na produção de grãos e a Rússia, maior exportadora mundial, agora vende mais trigo do que qualquer outro país em 25 anos. No final do ano passado, a CME lançou contratos futuros de trigo e milho do Mar Negro com compensação à vista, com base em preços avaliados pela S&P Global Platts, depois que um contrato de trigo da região com entrega física não teve o desempenho esperado.

A potencial entrada nas opções "é evidência do rápido crescimento do mercado", disse Niko Anderson, corretor da SCB Commodity Brokers, em Chicago, durante a conferência Black Sea Grain, em Kiev. "Há demanda e os clientes querem mais opcionalidade em suas posições especulativas e de hedge."

A negociação com futuros de trigo do Mar Negro na CME atingiu 1.900 contratos em 1º de março, o maior volume desde o lançamento, em meados de dezembro. O volume diário médio é de 400, a partir dos dados para o contrato mais ativo. Fundos entraram nesse mercado, o que ajuda o volume, segundo Swithun Still, diretor da Solaris Commodities, em Morges, na Suíça.

As opções oferecem mais flexibilidade, pois dão o direito de compra ou venda de contratos futuros referentes a determinada commodity a um preço pré-estabelecido. Na data de vencimento, também há a alternativa de não exercer o direito. Opções baseadas em preços fornecidos pela S&P Global Platts já são negociadas no mercado de balcão. A CME se recusou a comentar.

"O mercado quer (opções) agora mesmo", disse Matt Ammermann, gestor de risco de commodities na INTL FCStone, durante o evento em Kiev. "Todos os que negociam ativamente hoje em dia estão acostumados às opções, que proporcionam muito mais flexibilidade."

A CME está trabalhando para que os produtos agrícolas sejam negociados de modo parecido com os combustíveis, ao lançar contratos baseados em avaliações de agências fornecedoras de preços. É novidade no setor agrícola, mas aproximadamente dois terços dos barris de petróleo trocam de mãos segundo os preços de referência Platts Dated Brent ou Dubai.
A bolsa já oferece mais de 1.000 contratos futuros e de opções em energia, biocombustíveis e fertilizantes que são compensados conforme os preços avaliados por essas agências.

--Com a colaboração de Anatoly Medetsky