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Petroleiros anunciam greve enquanto bloqueios de caminhões ecoam

R.T. Watson

27/05/2018 17h41

(Bloomberg) -- Presidente Michel Temer deve encontrar pouco alívio enquanto caminhoneiros relaxavam os bloqueios nas rodovias do país neste domingo, o sétimo dia de protestos contra preços dos combustíveis. A Federação Única dos Petroleiros pretende entrar em greve na quarta-feira.

Presidente Michel Temer manteve reuniões neste domingo com ministros em um esforço para acabar com a greve, que o jornal Valor Econômico calcula que custou à maior economia da América Latina mais de R$ 9,5 bilhões nos cinco primeiros dias.

A maioria dos bloqueios de estrada foi desobstruída, pelo menos parcialmente, com vários caminhões se movendo para o acostamento para deixar os carros de passageiros passarem livremente. O governador de São Paulo, o estado mais populoso do Brasil, na noite de sábado negociou acordo com representantes de caminhoneiros para remover bloqueios das estradas do estado até o dia 29 de maio. O governador também garantiu o funcionamento de serviços essenciais.

As escoltas policiais começaram a ajudar os caminhões-tanque a alcançar os principais depósitos de combustível e postos de gasolina, depois que algumas pessoas optaram por dormir em seus carros, às vezes esperando mais de 12 horas na fila por combustível. Enquanto a entrega de suprimentos médicos essenciais está melhorando, os supermercados ainda enfrentam escassez de produtos perecíveis, como frutas, legumes e ovos. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) disse que os produtores de aves perderam 50 milhões de aves.

Mesmo se Temer for bem sucedido em executar concessões aos grevistas, ele pode ter pouco tempo para comemorar. A FUP convocou petroleiros para uma greve de 72 horas a partir de 30 de maio, com exigências que incluem preços mais baixos de combustível e a saída do presidente da pet Pedro Parente.

A Petrobras não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Na sexta-feira, a assessoria de imprensa da empresa disse Parente não tem intenção de demitir-se em meio a uma enxurrada de críticas sobre sua abordagem para gerenciar a política de preços de combustível na estatal petrolífera.