Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

EUA revogam visto de CEO da Citgo em novo ataque à Venezuela

Lucia Kassai e Fabiola Zerpa

19/07/2018 14h27

(Bloomberg) -- Os laços sanguíneos com Hugo Chávez costumavam abrir portas. Agora, Asdrúbal Chávez, primo do falecido líder socialista venezuelano, está descobrindo que o parentesco também pode fechar algumas.

No mais recente ataque à Venezuela, os EUA revogaram o visto de Chávez, CEO da Citgo Petroleum, a unidade de refino norte-americana da Petróleos de Venezuela, e ex-ministro do petróleo. Agora ele terá que dirigir de fora do país as três refinarias americanas da empresa, com capacidade combinada para processar 749.000 barris de petróleo por dia e um exército de 3.500 empregados.

A Venezuela, que detém as maiores reservas de petróleo do mundo, viu sua produção cair mais de um terço desde o fim de 2015, segundo dados compilados pela Bloomberg. A produção do país pode cair de 1,34 milhão de barris por dia em junho para pouco mais de 1 milhão, escreveu o economista-chefe da Torino Capital, Francisco Rodríguez, em nota. As sanções dos EUA aceleraram o declínio, assim como as ações judiciais da ConocoPhillips para reivindicar ativos como pagamento de uma sentença arbitral.

Os EUA sancionaram pelo menos 48 cidadãos venezuelanos associados à má gestão econômica e à corrupção, incluindo o presidente Nicolás Maduro, e revogaram provisoriamente dezenas de milhares de vistos após a proibição de viagem imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Ainda assim, a expulsão de um diretor corporativo é um fato raro.

A revogação "não muda nada na Citgo em termos de gerenciamento e operações", informou a empresa em comunicado enviado por e-mail.

O Departamento de Estado informou que não comenta casos de vistos individuais.

Não se sabe ao certo para onde Chávez, que trabalhava na sede da Citgo em Houston, se mudará. Uma das possibilidades seria fixar base em Aruba, onde a Citgo busca reformar uma refinaria e convertê-la em uma unidade de melhoramento de petróleo que transformará o petróleo venezuelano extrapesado em tipos sintéticos prontos para o refino.

--Com a colaboração de Nick Wadhams.

Para contatar o editora responsável por esta notícia: Patricia Xavier, pbernardino1@bloomberg.net

Repórteres da matéria original: Lucia Kassai em São Paulo, lkassai@bloomberg.net;Fabiola Zerpa em Caracas Office, fzerpa@bloomberg.net