Plano de US$ 9 bi da China para 5G ameaçado por guerra comercial
(Bloomberg) -- Uma empresa que faz parte fundamental das ambições da China de ser líder em tecnologia de telefonia celular de vanguarda está se preparando para uma oferta inicial de ações para financiar sua expansão, mas a guerra comercial do presidente dos EUA, Donald Trump, ameaça abafar a que poderia ser a maior abertura de capital do mundo em quase quatro anos.
A estatal China Tower, que opera quase 99 por cento das torres de telefonia celular do país e cobra taxas por leasing de suas três operadoras, está se preparando para levantar até US$ 8,7 bilhões em um IPO em Hong Kong que deve começar a listar ações no mês que vem. Esse seria o maior IPO desde o da Alibaba Group Holding em 2014.
A receita arrecadada poderia ajudar o presidente Xi Jinping a se aproximar do seu objetivo de tornar a China a pioneira das redes de telefonia celular de quinta geração, que prometem transmitir dados com rapidez suficiente para carros autônomos ou para baixar filmes em segundos. A tecnologia de comunicação também faz parte do Made in China 2025, o ambicioso programa de Xi para transformar o país em líder de uma série de setores fundamentais.
Contudo, a sequência de tarifas e medidas de retaliação dos EUA e da China fazem com que este seja um momento especialmente arriscado para o mercado, quando o receio de uma guerra comercial contribuiu para uma queda de 14 por cento no índice de referência Hang Seng desde que atingiu um pico recorde no fim de janeiro.
"A guerra comercial pesa sobre o sentimento do mercado, o que por sua vez pesa sobre as perspectivas do IPO da China Tower", disse Steven Liu, analista da China Securities International em Hong Kong.
Oferta
A China Tower oferecerá 43,1 bilhões de ações, de 1,26 dólares de Hong Kong a 1,58 dólares de Hong Kong cada e as ações deverão começar a ser negociadas em 8 de agosto, de acordo com os termos do acordo obtido pela Bloomberg News nesta semana. A empresa preferiu não comentar esta matéria.
Os planos da China com o 5G também podem ser afetados se o governo Trump decidir limitar as exportações de chipsets, software e componentes óticos dos EUA e restringir o licenciamento de patentes, segundo Edison Lee, analista da Jefferies Hong Kong, que disse ter esperança de que as duas partes evitarão o pior cenário possível.
A China tem muito em jogo com o 5G. Até 2020, as três operadoras estatais chinesas deverão gastar um total de 220 bilhões de yuans (US$ 32 bilhões) na construção da rede 5G, segundo a Academia de Tecnologia da Informação e das Comunicações da China. As operadoras visam iniciar o uso comercial do 5G em 2020.
Quando os gastos chineses com o 5G atingirem um pico em 2021 e 2022, a receita e os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização da China Tower poderiam crescer cerca de 13 por cento a 14 por cento ao ano, disse Chris Hoare, analista da New Street Research. Mas os retornos estarão abaixo do ideal porque o governo vai querer que a China Tower conceda termos favoráveis às operadoras de telefonia celular, disse ele.
"Essa é uma ferramenta da política do governo chinês", escreveu Hoare em relatório publicado pela Smartkarma.
To contact Bloomberg News staff for this story: Bruce Einhorn em Hong Kong, beinhorn1@bloomberg.net;Jing Yang de Morel em Xangai, jyang543@bloomberg.net
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.