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Afastem-se, millennials: é a vez da geração Z abalar a indústria

Riley Ray Griffin

07/08/2018 11h39

(Bloomberg) -- Os millennials foram acusados de acabar com tantos produtos e setores --táxis, telefones fixos, correio tradicional-- que se tornaram um clichê da imprensa. Mas a geração Y é uma notícia antiga. Hoje, empresas e profissionais de marketing tentam desesperadamente prever os caprichos assassinos da geração Z, o grupo demográfico nascido depois de 1996.

Às vezes chamada de "geração pós-millennials" ou "iGen", a geração Z representa mais de um quinto da população dos EUA e é o grupo com maior diversidade étnica e racial da história do país.

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Essas pessoas realmente nasceram na era digital e afirmam estar online "quase constantemente", de acordo com um estudo de 2018 do Pew Research Center. Psicólogos disseram que o uso da tecnologia provocou uma crise nacional de saúde mental nos EUA.

Mais de 70% dos membros da geração Z influenciam os gastos de sua família, de acordo com um relatório de 2017 da IBM e da National Retail Federation. Por terem uma influência tão grande e bilhões de dólares em poder aquisitivo, as empresas estão tentando entender os desejos deles.

A relação deles com o dinheiro parece ter sido moldada pela Grande Recessão, disse uma especialista.

"As expectativas deles são menores, eles não são tão confiantes", disse Jean Twenge, professora de psicologia da Universidade Estadual de San Diego que estudou a geração. "Eles não estão vendo o mundo com uma perspectiva otimista."

Essa geração já possui uma combinação letal de poder econômico e influência nas redes sociais. Um tweet depreciativo de Kylie Jenner no início deste ano sobre o Snapchat, aplicativo dominado por adolescentes, eliminou US$ 1,3 bilhão do valor de mercado da Snap.

Mas a "morte" de empresas já foi declarada antes. Os millennials, por exemplo, iriam acabar com rolhas de vinho, namoro, cerveja, cereais e sabão em barra, mas tudo isso continua existindo.

Ainda assim, se um tweet tem a capacidade de movimentar esse tipo de capital, de que outras formas essa geração vai sacudir os mercados e moldar setores?

Shoppings

Considerando seu amor pela vida digital, a primeira vítima esperada das preferências de gastos dos adolescentes é o varejo tradicional. Os shoppings dos EUA estão fechando a um ritmo recorde, porque os membros das gerações Y e Z preferem o comércio eletrônico na hora de comprar.

Mais de dois terços dos shoppings dos EUA viram uma queda nos varejistas nacionais em 2018, de acordo com um relatório da empresa de pesquisa imobiliária Green Street Advisors.

Revistas impressas

Todos os tipos de revistas impressas registram um declínio das vendas nas bancas. Mas as revistas para adolescentes têm sofrido mais que outras para alcançar o público pretendido. Em novembro passado, a Condé Nast encerrou a edição impressa trimestral (antigamente mensal) da Teen Vogue.

Por sua vez, a revista Seventeen, uma publicação impressa de 73 anos pertencente à Hearst Communications, reduziu a frequência de 10 revistas para seis em 2016.

Dinheiro

Os adolescentes americanos são quatro vezes menos propensos a usar dinheiro em espécie que a população geral e só o utilizam para 6% de suas transações, de acordo com dados da empresa de cartões de débito para adolescentes Current.

As gerações mais jovens também são mais propensas a dizer que gostam de opções de pagamento que não envolvem dinheiro em espécie ou cartões em restaurantes. E a maioria das pessoas com menos de 30 anos prefere usar cartões em vez de dinheiro, inclusive para transações de menos de US$ 5.

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