Consumo de bebidas alcoólicas não é seguro, aponta análise
(Bloomberg) -- O consumo de bebidas alcoólicas está ligado a cerca de 2,8 milhões de mortes a cada ano, de acordo com pesquisadores que concluíram que não há nível seguro para o consumo.
A substância química presente na cerveja, no vinho e nas bebidas destiladas está associada a quase uma em 10 mortes de pessoas com idade entre 15 a 49 anos em todo o mundo e é o principal fator de risco para essa faixa etária, de acordo com uma análise de estudos anteriores publicada no periódico médico Lancet.
A combinação dos riscos de saúde associados ao álcool supera quaisquer benefícios possíveis, disse Max Griswold, da Universidade de Washington, um dos autores da análise, em um comunicado. Embora o estudo tenha concluído que o álcool oferece certa proteção contra a doença arterial coronariana em mulheres, "a forte associação entre o consumo de álcool e o risco de câncer, de lesões e de doenças infecciosas" compensou isso.
"As conclusões do estudo são claras e inequívocas: o álcool é um gigantesco problema de saúde global", disse Robyn Burton, do King's College London, outra autora. "As soluções são simples: aumentar a tributação gera renda para Ministérios da Saúde sobrecarregados e reduzir a exposição das crianças ao marketing de bebidas alcoólicas não têm nenhuma desvantagem."
O artigo é o mais recente ataque a empresas de bebidas alcoólicas em um longo debate sobre a segurança de seus produtos. Em abril, outra grande análise de estudos anteriores, também publicada no Lancet, identificou certa redução dos ataques cardíacos entre bebedores, mas concluiu que o consumo de álcool aumentou o risco de morte prematura por várias outras doenças.
As maiores fabricantes de bebidas alcoólicas do mundo, como Diageo, proprietária da vodca Smirnoff, e Pernod Ricard, que produz o uísque Chivas Regal, há muito promovem a moderação para lidar com as preocupações de saúde. Elas adotaram o mantra "beber menos quantidade, mas de maior qualidade" para tentar apaziguar os críticos e, ao mesmo tempo, elevar os lucros com a venda de produtos mais caros. A Diageo também adquiriu uma participação minoritária na Seedlip, uma bebida sem álcool que pretende proporcionar a profundidade de sabor e a sensação na boca de um destilado sofisticado.
As principais causas de mortes relacionadas ao álcool na faixa etária de 15 a 49 anos foram tuberculose, acidentes de trânsito e lesões autoprovocadas, segundo o estudo. Para pessoas com mais de 50 anos, a principal causa de morte relacionada ao álcool foi o câncer.
Os autores coletaram dados de quase 700 estudos anteriores para estimar a prevalência do álcool em diferentes países e concluíram que os maiores bebedores estavam em países europeus. O homem romeno médio bebeu o equivalente a 8,2 garrafas de cerveja por dia em 2016, a maior quantidade do mundo. Os países que consomem menos bebidas alcoólicas têm populações majoritariamente muçulmanas.
Repórteres da matéria original: Lucca de Paoli em Londres, gdepaoli1@bloomberg.net;Thomas Buckley em Londres, tbuckley25@bloomberg.net
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.