Surto de vírus suíno mortal piora e chega ao Leste Europeu
(Bloomberg) -- Um vírus suíno mortal foi identificado na região noroeste da Europa pela primeira vez em três décadas, colocando a produção de carne suína do maior exportador do mundo em maior risco em um momento em que a China também está combatendo a doença.
As autoridades belgas anunciaram na quinta-feira a confirmação de dois casos de javalis portadores da peste suína africana perto da cidade de Étalle, no sul do país, perto da fronteira com a França. O vírus até o momento não atingiu criações de porcos belgas, mas este é o primeiro caso registrado na região noroeste da União Europeia desde 1986, segundo o Rabobank International.
O vírus não afeta os seres humanos, mas não tem cura e pode ser 100 por cento letal para os porcos, o que representa uma séria ameaça à produção e à exportação de carne suína. O vírus surgiu na União Europeia em 2014, mas ficou restrito às regiões leste de países como os estados do Báltico, a Polônia e a Romênia. Na quinta-feira, as autoridades francesas afirmaram que os casos belgas representam uma disseminação sem precedentes da doença.
"Se houver um surto grave em uma área com grande densidade de criações de porcos, as consequências podem ser bastante significativas", disse Justin Sherrard, estrategista de proteína animal do Rabobank em Utrecht. Ainda assim, "medidas de biossegurança parecem estar funcionando muito bem em grande parte da Europa", disse.
Os casos belgas foram registrados a cerca de 60 quilômetros da Alemanha, maior produtora de carne suína do bloco, por enquanto imune à doença. O Ministério da Agricultura da Alemanha ressaltou o cumprimento rigoroso de medidas de biossegurança nas criações de porcos e informou que está finalizando um projeto de lei com o objetivo de combater um surto em javalis.
"Eu levo essa nova situação muito a sério", disse a ministra da Agricultura da Alemanha, Julia Kloeckner, em comunicado, na quinta-feira. "A peste suína africana tem sido uma ameaça para a Alemanha e nossos preparativos para a crise estão em andamento."
Os surtos dentro do bloco se disseminaram pela região a um ritmo de cerca de 200 quilômetros por ano, causando prejuízos anuais estimados em vários bilhões de euros. O abate dos animais infectados e a aplicação de medidas rigorosas de contenção são as únicas ferramentas disponíveis para limitar uma maior disseminação. Recentemente, a Romênia foi obrigada a abater milhares de porcos.
A China, a maior produtora e consumidora de carne suína do mundo, vem tentando conter o vírus mortal nas províncias do leste. A facilidade de transmissão e a ampla distribuição geográfica da doença podem afetar significativamente a população animal e a produção de carne suína do país, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA.
--Com a colaboração de Marine Strauss e Rudy Ruitenberg.
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