Lutnick, agora bilionário, aposta sua fortuna em plano ambicioso
(Bloomberg) -- Já se passaram dezessete anos daquele 11 de setembro em que Howard Lutnick viu as Torres Gêmeas caírem. A dor se suavizou. Antigas recriminações se acalmaram.
E, com o tempo, a trágica história de sua empresa, a Cantor Fitzgerald, começou a se desvanecer na memória americana. Lutnick nunca conseguirá esquecer: duas de cada três pessoas que trabalhavam para ele em Nova York, 658 ao todo, morreram quando o voo 11 da American Airlines bateu no One World Trade Center. O irmão dele Gary estava entre os mortos. A Cantor, ao que parecia, estava acabada.
Ainda hoje, aos 57 anos, Lutnick é o rosto improvável de um dos maiores retornos da história de Wall Street. Ele não apenas reconstruiu a Cantor. Ele se tornou bilionário no processo e está gastando centenas de milhões de dólares do próprio bolso para entrar em novos negócios e colocar a empresa em um rumo ambicioso: tornar-se, em suas palavras, "o maior pequeno" do ramo.
O famigerado Lutnick -- sua empresa foi processada, entre outras coisas, por demissão injusta e por contratar corretores da concorrência -- encontrou um parceiro improvável em Anshu Jain, ex-coCEO do Deutsche Bank. Os dois vêm cortejando fundos soberanos de investimento em todo o mundo para ajudar a financiar a entrada da Cantor na área de investment banking. E o mundo altamente alavancado da corretagem de primeira linha, que financia fundos de hedge menores do que os maiores bancos, estão relutantes em se comprometer.
'Solitário' Lutnick
Jain, 55, cuja carreira o levou da Kidder Peabody & Co. ao Merrill Lynch e ao Deutsche Bank, e que agora detém a segunda maior participação na Cantor, revitalizou Lutnick. "Eu queria um parceiro", disse Lutnick em uma entrevista em seu escritório em um segundo andar no Midtown. "Eu era um solitário."
Quando Jain está em Londres, Lutnick passa a primeira hora de trabalho de todas as manhãs conversando com ele. Os dois são tão próximos que eles e as esposas passaram as férias juntos na Europa neste verão. Eles formam uma dupla intrigante: Jain, de fala mansa, e Lutnick, mais expressivo, que nasceu em Long Island e fez toda a carreira na Cantor. Juntos, eles estão expandindo a empresa para setores como saúde, energia e energia alternativa, imóveis e, por fim, tecnologia.
O caminho de Lutnick até o topo foi rápido. Ele se tornou presidente da Cantor aos 29 anos depois de fazer uma série de negócios lucrativos para o fundador Bernie Cantor. E tem fama de brutamontes de Wall Street há quase tanto tempo, quando travou uma luta amarga e pública pelo controle da empresa contra a viúva de Cantor em 1996.
Duas décadas depois, ele aumentou ainda mais a pressão. Ele é o único acionista da Cantor Fitzgerald Group Management, que é a sócia-gerente geral da Cantor Fitzgerald, e isso dá a ele o controle exclusivo de votação. Sua participação econômica na empresa é de cerca de 60 por cento, acima dos 25 por cento de duas décadas atrás.
Isso significa que agora a riqueza líquida de Lutnick é de pelo menos US$ 1,5 bilhão, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index. Ele preferiu não fazer comentários sobre sua fortuna.
--Com a colaboração de Zeke Faux, Matthew Leising, Will Hadfield e Neil Weinberg
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