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Está ficando mais difícil comprar jatos de luxo de segunda mão

Jato Dassault Falcon 7X - Reprodução
Jato Dassault Falcon 7X Imagem: Reprodução

Thomas Black

15/10/2018 12h51

(Bloomberg) -- Está ficando mais difícil comprar um jato executivo usado --o que indica uma mudança há tempos esperada no mercado de aviões de luxo.

Há apenas em torno de uma dúzia de aviões Falcon 7X usados no mercado no momento, contra cerca de 35 um ano e meio atrás, diz Steve Varsano, corretor de aeronaves em Londres.

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Quando um cliente quis comprar o modelo da Dassault Aviation, o mercado restrito o levou a fazer uma oferta por um avião na Índia sem vê-lo pessoalmente antes.

A decisão de ir tão longe teria sido inédita até pouco tempo atrás, por isso ele ficou surpreso ao descobrir que outros três concorrentes disputavam o mesmo avião. Varsano ficou de mãos vazias.

"O jogo virou", disse Varsano, fundador da The Jet Business, em Londres. Se fosse no ano passado, a pessoa responsável pela venda "teria me ligado todos os dias para perguntar 'ei, quando você virá?'"

O mercado de aviões privados está finalmente pendendo para os vendedores após anos em que o excesso de jatos usados permitiu que os compradores dessem as cartas. Impulsionadas pela força da economia e pelos cortes de impostos nos EUA, empresas como Emerson Electric, NextEra Energy e Anadarko Petroleum estimulam uma recuperação das compras.

Momento bom

O momento não poderia ser melhor para fabricantes de aviões como Bombardier, Embraer, Textron e Gulfstream, uma unidade da General Dynamics, que estão lançando novos modelos. As entregas de aeronaves novas deverão subir 8% no ano que vem após permanecerem estáveis ou recuarem desde 2014, segundo a JetNet IQ, um serviço de consultoria e projeção.

Novos modelos sempre atraem compradores, disse, e há muitos aviões estreando:

A Bombardier aguarda certificação nos EUA e na Europa para começar a entregar o Global 7500, o maior jato construído para fins corporativos.

A Gulfstream, cujo G650 é o atual detentor da coroa de maior jato, entregou um avião um pouco menor, o G500, em setembro. A empresa espera colocar outro modelo em operação, o G600, no início do ano que vem.

A Cessna, uma unidade da Textron, aguarda certificação para o Longitude. O jato médio é maior que o avião atual da empresa, o Latitude.

Para não ficar para trás, a Embraer está ampliando a autonomia de voo e melhorando os controles de cabine de seus aviões Legacy, de tamanho similar, e dando a eles um novo nome: Praetor.

A suíça Pilatus Aircraft começou neste ano a entregar seu primeiro avião a jato, o PC-24.

Retomada da produção

As fabricantes de aviões limitaram a produção nos últimos anos para evitar um excesso de oferta no mercado em meio à demanda fraca. Agora que as vendas estão se recuperando, as fabricantes devem ter cuidado para não acelerar a produção muito rapidamente, disse Gaetan Handfield, gerente sênior de pesquisa de mercado da unidade aeroespacial da Honeywell International.

"Futuramente, as fabricantes precisarão tomar cuidado para não produzir demais", disse ele, "para não acabarem na mesma situação, tendo muitos aviões com pouco uso no mercado de usados".

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