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Itaú quer aproveitar expansão do agronegócio

Tatiana Freitas, Felipe Marques e Gerson Freitas Jr.

17/10/2018 10h22

(Bloomberg) -- Itaú Unibanco está aumentando os empréstimos para os agricultores brasileiros. Com um projeto de expansão específico para o agronegócio, o maior banco da América Latina em valor de mercado busca aproveitar o bom momento de um dos poucos setores em expansão no país.

O Itau BBA, braço corporativo e de banco de investimento do Itaú, estima que seu estoque de crédito de agronegócios suba 20% este ano, acima da média de todos os setores, segundo o diretor de agronegócios Pedro Fernandes. A carteira de crédito atual do banco em agronegócios supera R$ 30 bilhões, segundo a assessoria de imprensa da instituição.

Empréstimos a produtores que ganham mais de R$ 30 milhões por ano, um segmento de alto valor que o Itaú começou a atender em 2014, devem aumentar 50% este ano, disse ele.

Enquanto o restante da maior economia da América Latina ainda está lutando para se recuperar da recessão e crise política, a agricultura continua crescendo junto com a demanda chinesa pela soja do país, uma série de safras com recorde de grãos e uma moeda mais fraca. que aumenta as receitas de exportação.

Além disso, fertilizantes e distribuidores de fertilizantes e de defensivos agrícolas, que tradicionalmente ajudam a financiar os agricultores brasileiros por meio de trocas comerciais, as chamadas operaçõe de barter, estão diminuindo a sua presença na concessão de financiamento, abrindo caminho para os bancos conquistarem maior espaço.

"O papel dos distribuidores no financiamento da safra está diminuindo", disse Fernandes, em uma entrevista em São Paulo. "Os bancos ocuparam o espaço dos distribuidores, que devem se concentrar mais em serviços que as instituições financeiras não oferecem".

O BB domina os empréstimos bancários aos produtores agrícolas no Brasil, mas os rivais não estatais, incluindo o Banco Santander, procuraram reduzir a diferença nos últimos anos aumentando sua presença nas principais regiões agrícolas. .

"No passado, os bancos não estavam dispostos a ir até o interior do País para atender os produtores", disse Fernandes. "Hoje, nós estamos lá - todos os grandes bancos estão."