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Corretora processa BNP por discriminação sexual em Londres

Jonathan Browning

23/11/2018 14h34

(Bloomberg) -- Uma corretora do BNP Paribas processou o banco em Londres por tê-la discriminado sexualmente depois que seu gerente deixou a avaliação de desempenho dela em sua mesa durante a noite.

Stacey Macken, gerente de produtos de corretagem de primeira linha, sofreu vitimização e assédio, de acordo com a advogada dela. Macken, que está de licença médica prolongada, registrou as queixas, que também incluem denúncias, em um tribunal do trabalho do Reino Unido.

A advogada de Macken, Sheila Aly, argumentou em audiência preliminar na quinta-feira que sua cliente recebia um tratamento diferente do que era dispensado a seus colegas do sexo masculino. No BNP Paribas, ela era uma das poucas mulheres na corretagem de primeira linha, disse ela, e enfrentava um comportamento discriminatório tanto por parte dos gerentes quanto por parte do departamento de RH do banco. Em um exemplo, Denis Pihan, gerente de Macken e chefe de desenvolvimento de produtos internacionais na unidade, deixou o arquivo que continha a análise do desempenho dela sobre a mesa, onde qualquer um poderia ler - algo que o banco minimizou e considerou como um descuido.

"É lamentável que isso tenha acontecido", disse Daniel Stilitz, advogado do BNP Paribas, na audiência. "No mundo real, sabemos que esse tipo de coisa acontece o tempo todo."

O advogado do banco disse que o episódio não tem nada a ver com discriminação. "A ideia de que ele deixou o arquivo na mesa porque ela é mulher é extremamente absurda", disse Stilitz.

Em processos trabalhistas no Reino Unido, a indenização tem um teto de cerca de 84.000 libras (US$ 108.200), a menos que o trabalhador possa provar a discriminação ou que tenha sido demitido por denunciar ações impróprias. Quando confrontados com uma audiência em tribunal, os bancos que enfrentam queixas de discriminação sexual tenderam recentemente a fazer acordos, em vez de expor os problemas.

Macken estava "insatisfeita com sua remuneração", disse Stilitz. Ela considerou diversos acontecimentos, inclusive uma análise de desempenho ruim, como discriminatórios, disse ele. "Ela vê tudo através desse prisma."

Macken, que está no BNP Paribas desde 2013, de acordo com seu perfil no LinkedIn, continua recebendo pagamento integral, embora isso deva cessar no próximo mês.

Uma porta-voz do BNP Paribas preferiu não comentar. Uma audiência completa está marcada para o próximo ano.