Brexit dificulta leitura do futuro mercado imobiliário londrino
(Bloomberg) -- Os maiores proprietários de escritórios de Londres enfrentam uma situação sem precedentes: uma bifurcação política no caminho que poderia levar o mercado imobiliário a direções totalmente opostas.
Incorporadoras imobiliárias como a Land Securities Group, a British Land e a Great Portland Estates apostam em como estará o mercado nos próximos anos, quando tiverem o sinal aberto para comprar terras e construir novos empreendimentos. Elas estão lidando com a incerteza em torno do Brexit por meio de uma combinação de redução de dívidas, adiamento de projetos de grande escala e obtenção de mais lucros com os projetos em andamento.
"A gestão inteligente consiste em gerir essas opções e ter uma atitude apropriada sobre riscos", disse Toby Courtauld, CEO da Great Portland, em entrevista. "Estamos tentando ter tudo o que for possível, aconteça o que acontecer com o tempo lá fora."
Apesar de as chances de um Brexit sem acordo terem diminuído ultimamente, a turbulência política abalou o ciclo típico de expansão e recessão no mercado imobiliário mais líquido do mundo. O processo de se comprometer com novos projetos ao longo de vários anos continua sendo uma proposta arriscada. No entanto, se o mercado de escritórios conseguir evitar um desastre -- como tem conseguido desde o referendo de 2016 -- as empresas que não tiverem um portfólio de projetos em obras enfrentam a perspectiva de perder anos de crescimento lucrativo.
Dilema
O dilema para a maioria dos fundos de investimentos imobiliários (REIT, na sigla em inglês) em escritórios é construir ou não. A Land Securities, o maior REIT do Reino Unido, parou de construir sob uma base de especulação há quatro anos. A empresa decidiu proteger os inquilinos em vez de desenvolver propriedades, para evitar o risco de excesso de oferta em um mercado que estava ficando aquecido.
"Eu acho que não vamos tomar uma decisão três semanas antes do Brexit", disse seu CEO, Robert Noel, em entrevista. "Ninguém sabe bem o que vai acontecer, mas nós estamos nos aproximando do Brexit com um equilíbrio adequado de baixo risco atual e perspectivas futuras interessantes."
"Achamos o Reino Unido complicado", escreveram analistas do JPMorgan Chase & Co., entre eles Tim Leckie, em nota na sexta-feira. "A maioria das equipes de gerenciamento está fazendo um bom trabalho navegando nesse ciclo imobiliário não convencional, mas as perspectivas são desafiadoras."
As empresas estão usando fundos obtidos com a venda de empreendimentos concluídos para devolver capital aos acionistas ou realizar recompras de ações. A Great Portland anunciou seu segundo programa de recompra em menos de um ano neste mês, o que elevará sua alavancagem de menos de 6 por cento para 11 por cento, percentagem ainda modesta.
"Temos mais capital do que precisamos para executar os projetos que temos atualmente no local", disse Courtauld, CEO da Great Portland. Isso ainda deixa para a incorporadora "um monte de capital, que precisamos para enfrentar" qualquer possível recessão. "É tudo uma questão de equilíbrio, e é um equilíbrio muito complicado atualmente."
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