Nem Cyber Monday de sucesso deverá impulsionar mercado nos EUA
(Bloomberg) -- Os consumidores gastarão um total estimado em US$ 7,8 bilhões na Cyber Monday -- um recorde --, impulsionando uma forte temporada de compras de fim de ano. E Wall Street provavelmente vai ignorar isso.
Nem mesmo um feriado de compras bem-sucedido nos EUA desviará a atenção do mercado do aumento crescente das taxas de juros, que pode prejudicar as vendas de carros e casas no ano que vem, e da escalada da guerra comercial entre os EUA e a China, que deverá desacelerar o crescimento econômico global. Em setembro, o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas de 10 por cento a aproximadamente US$ 200 bilhões em importações chinesas e planeja aumentar a taxa para 25 por cento em janeiro, o que elevará os preços.
O temor em relação a uma desaceleração nos gastos do consumidor em 2019 é maior do que qualquer sinal positivo a respeito de um fim de ano com boas vendas, disse Tom Forte, analista da DA Davidson & Co.
"Muitas das tarifas provavelmente serão bancadas pelos consumidores no segundo semestre de 2019 sob a forma de preços mais altos para os produtos", disse. "As taxas de juros mais altas podem reduzir os gastos com itens caros."
Empresas como Amazon, Walmart e Target, que brigam pelos gastos on-line do feriado, podem não ver um retorno imediato em termos de valor de mercado. Os consumidores dos EUA gastarão um total estimado em US$ 124,1 bilhões pela internet em novembro e dezembro, 14,8 por cento a mais do que no ano passado, segundo a Adobe.
As compras da Black Friday, tradicionalmente o melhor dia de vendas de eletrônicos, somaram US$ 6,22 bilhões, um aumento de 23,6 por cento em relação ao ano passado, mostram dados da Adobe. Os gastos da Cyber Monday, normalmente o melhor dia para vendas de brinquedos, devem subir 17,6 por cento.
O gasto total de fim de ano no varejo -- somando lojas físicas e on-line -- em novembro e dezembro crescerá mais de 5 por cento pelo segundo ano consecutivo, o que não acontece desde antes da Grande Recessão, há cerca de uma década, disse Craig Johnson, presidente da Customer Growth Partners. Os investidores podem estar com medo de que esse ritmo não consiga se sustentar, embora esteja mais baseado no baixo desemprego e no crescimento dos salários do que no uso pesado de crédito que provocou a crise financeira, disse.
"Os fortes gastos do consumidor e do varejo que estamos vendo agora estão saindo dessa base saudável, que é muito mais sustentável do que a bolha de crédito que vimos há 12 anos", disse Johnson.
A Cyber Monday foi criada quando as pessoas voltavam ao trabalho após o fim de semana prolongado do Dia de Ação de Graças e usavam as conexões de internet rápidas dos computadores do escritório para procurar as melhores ofertas. Mas esse tipo de conexão agora é predominante nas residências e nos smartphones, o que deve tirar a importância da data. Mas os consumidores ainda estão condicionados a procurar ofertas na internet e o comércio tenta atender essa expectativa.
"Mesmo com toda essa venda pré-Black Friday, as pessoas concentram os gastos na Cyber Monday", disse Taylor Schreiner, diretor da Adobe Digital Insights.
--Com a colaboração de Matthew Townsend.
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