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Com gasto maior de petroleiras, sobem custos de águas profundas

Dan Murtaugh

27/11/2018 12h08

(Bloomberg) -- O investimento maior das grandes petroleiras internacionais na perfuração em águas profundas acelerará o retorno da inflação de custo, ameaçando desfazer os grandes cortes de custos do setor desde o colapso do petróleo, há quatro anos, segundo a Wood Mackenzie.

As despesas com perfuração aumentarão para quase US$ 60 bilhões por ano a partir de 2022, contra cerca de US$ 50 bilhões atualmente, impulsionadas por grandes projetos na Guiana, no Brasil e em Moçambique, disse Angus Rodger, diretor de pesquisa upstream para Ásia-Pacífico. O aumento nos gastos e a queda da capacidade das sondas podem elevar os custos nos campos em águas profundas, onde ocorreram cerca de 60 por cento das novas descobertas de petróleo nos últimos anos, segundo a WoodMac.

Gigantes do petróleo como a Exxon Mobil impulsionarão o retorno à perfuração em águas mais profundas -- o que tradicionalmente exige um petróleo com preços elevados para garantir lucratividade -- em parte porque os custos caíram pela metade desde 2013. A desaceleração da atividade após o colapso de 2014 reduziu os fretes das sondas e obrigou as empresas a se concentrarem na redução das despesas. O que está sendo questionado agora é se esses cortes de custos durariam.

"Com o retorno da inflação cíclica este período épico de redução de custo em águas profundas pode chegar ao fim", disse Rodger. "Acreditamos que muitas economias de custo não são tão 'estáveis' quanto o setor sugere e acreditamos que muitas delas não resistirão ao teste do tempo."

Embora as empresas possam manter tempos de perfuração mais curtos, outros fatores são menos passíveis de controle, segundo a WoodMac. A queda nas taxas de aluguel de sondas provavelmente se reverterá à medida que as unidades mais antigas e menos eficientes forem descartadas. Os custos diários das sondas, que caíram de US$ 600.000 antes do colapso do petróleo para US$ 100.000, podem se recuperar e chegar à faixa de US$ 300.000 no início da próxima década, estima Rodger.