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Desesperada por carne de porco, China volta a comprar dos EUA

Lydia Mulvany e Megan Durisin

30/11/2018 14h36

(Bloomberg) -- A doença que contagia os rebanhos de porcos da China está ajudando a anular os efeitos da guerra comercial para os produtores americanos, e a venda de carne suína dos EUA ao país asiático voltou aos níveis registrados antes da aplicação de tarifas.

A China foi o terceiro maior comprador de carne suína nos dados semanais do Departamento de Agricultura dos EUA divulgados na quinta-feira. A compra de 3.300 toneladas foi a maior desde fevereiro, um mês antes de a China aplicar tarifas à carne suína dos EUA. Os contratos futuros dos suínos subiram 4,4 por cento em Chicago, maior alta em duas semanas.

"É um divisor de águas", disse Dennis Smith, executivo de contas sênior da Archer Financial Services. "Isso confirma que a doença é muito pior do que nos informaram."

Desde agosto, foram notificados surtos de peste suína africana em fazendas de 20 províncias da China, e cerca de 600.000 porcos foram abatidos. Mas até então o país não tinha ampliado as importações dos EUA.

Os EUA divulgaram também a venda de mais 9.400 toneladas para a China em 2019.

Alguns cortes estão baratos devido ao acúmulo de oferta doméstica. O lombo no atacado, por exemplo, é vendido pelo menor preço desde 2002. "Quando virem um produto básico de sua dieta a bom preço", eles começarão a comprar, disse Smith.

--Com a colaboração de Dominic Carey.

Repórteres da matéria original: Lydia Mulvany em Chicago, lmulvany2@bloomberg.net;Megan Durisin em Chicago, mdurisin1@bloomberg.net