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Fundo soberano de investimento da Noruega é tema de sitcom

Mikael Holter

17/12/2018 13h10

(Bloomberg) -- É como "The Office", mas com um problema de US$ 1 trilhão.

É assim que o diretor Harald Zwart descreve sua nova sitcom, que se passa no fundo de investimento da Noruega. "The Oil Fund" aborda o conflito entre a opulência das grandes finanças e a cultura de moderação e a burocracia rígida do país nórdico, mas também trata do debate de como investir com responsabilidade a riqueza acumulada com décadas de produção de petróleo e gás.

"Para quem conhece a cultura politicamente correta da Noruega, nossos princípios social-democratas, um país onde as pessoas saem do trabalho às 16 horas para buscar os filhos na creche, isso pode ser muito engraçado", disse Zwart em uma entrevista por telefone, de Los Angeles.

Criado na década de 1990, o fundo investe a receita petroleira no exterior para evitar estimular a inflação na Noruega. Com um valor atual de US$ 1 trilhão, o fundo possui cerca de 1,4 por cento das ações globais, grandes participações em títulos e propriedades em todo o mundo. O país de 5,3 milhões de habitantes tem uma influência desmesurada nos mercados internacionais. Ao mesmo tempo, seus investimentos são regulados firmemente e o fundo segue normas estritas de ética e transparência, o que representa um experimento único na administração de patrimônios nacionais.

Erros engraçados

Situações engraçadas surgem quando erros de digitação causam prejuízos de bilhões de dólares e quando ninguém sabe o que fazer com uma caixa cheia de dinheiro de um cassino chinês. O fundo é colocado brevemente sob a administração de uma representante do Conselho de Ética, um órgão independente, que depois é comprada com um emprego e se torna a inimiga cotidiana do gerente de investimentos que é a estrela do fundo. Eles fazem acordos com um oligarca russo e zombam de empresários suecos com montanhas de dinheiro.

Embora exagerados, as divergências de opinião podem ser interpretadas como uma parábola da Noruega, de acordo com Zwart.

"A Noruega projeta uma imagem de muita conscientização sobre o meio ambiente", disse ele. "Mas, ao mesmo tempo, somos nós quem ganhamos mais dinheiro com o produto mais poluente. Então, existe um dilema aí."

Aprovada

A equipe de Zwart se reuniu com o Norges Bank Investment Management e ganhou um tour pelos escritórios da unidade do banco central que administra o fundo em Oslo, mas baseou a maior parte de sua pesquisa em conversas com contatos de outras partes do setor financeiro, disse o diretor.

O NBIM gostou do seriado e afirmou que espera que ele desperte um maior interesse da população no fundo. Em relação a algumas das piadas, o porta-voz Thomas Sevang disse que "os espectadores provavelmente conseguirão distinguir entre o entretenimento televisivo e a realidade".

Zwart passou três episódios para o pessoal do fundo - entre eles o CEO Yngve Slyngstad - alguns meses atrás. "Foi como conhecer uma estrela do rock", disse Zwart.

O veredito de Slyngstad: "Foi muito engraçado", disse ele, antes de ir embora rapidamente, de acordo com Zwart.