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Malásia colocará US$ 5,5 bi em residências à venda em março

Anisah Shukry

28/01/2019 15h16

(Bloomberg) -- A Malásia está planejando a venda de US$ 5,5 bilhões em imóveis para diminuir a diferença entre o excesso de oferta de propriedades e a falta de casas a preços acessíveis e as incorporadoras receberam solicitação para que ofereçam pelo menos 10 por cento de desconto.

Os números são impressionantes: cerca de 180 incorporadoras oferecerão 22.000 unidades avaliadas, no total, em 22,5 bilhões de ringgits (US$ 5,5 bilhões) na exposição planejada para 1 a 3 de março. Cerca de um quarto das propriedades oferecidas custará 300.000 ringgits ou menos, disse a ministra de Habitação e Governo Local, Zuraida Kamaruddin, acrescentando que as transações estarão isentas do imposto de transmissão de bens imóveis.

"Esperamos que sejam dados descontos melhores às pessoas, os maiores possíveis", disse Zuraida, em Kuala Lumpur, nesta segunda-feira. "Estamos tentando reduzir a diferença a partir da exposição. A partir daí, tentaremos limpar."

O custo médio de uma casa na Malásia representou cinco vezes a mediana da renda familiar anual em 2016, acima do padrão global de três vezes, afirmou o Bank Negara Malaysia em boletim trimestral publicado em agosto.

Enquanto isso, o número de unidades residenciais que permaneceram sem ser vendidas nove meses depois de concluídas aumentou 18 por cento no primeiro semestre de 2018 em relação a um ano atrás, para 29.227 unidades, segundo o Centro Nacional de Informações sobre Propriedades. Não foram contadas as quase 100.000 unidades incompletas que estavam chegando ao mercado.

O problema pode estar no descompasso entre o tipo de casa que os malaios querem comprar e as unidades de luxo que as incorporadoras continuam construindo. O banco central estimou que 282.000 ringgits era o preço máximo alcançável para a mediana familiar na Malásia e que a mediana dos preços reais das residências era 11 por cento mais alta, segundo o relatório.

O ministério considerará a acessibilidade econômica para a aprovação de futuros projetos residenciais contabilizando o nível de renda da área, disse Zuraida. O governo começará a redigir a Lei de Aluguéis Residenciais neste ano para proteger os direitos dos inquilinos e dos proprietários de imóveis e ao mesmo tempo tentará solucionar problemas de discriminação racial e cotas para os malaios, disse.