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Venda de iPhones despenca na China e Huawei mantém domínio

Bloomberg News

11/02/2019 11h32

(Bloomberg) -- As vendas de smartphones da Apple na China tiveram uma queda estimada em 20 por cento no último trimestre de 2018, o que ressalta o tamanho do recuo da fabricante do iPhone na maior arena de dispositivos móveis do mundo em relação a concorrentes locais como a Huawei Technologies.

O mercado doméstico teve uma contração de 9,7 por cento no trimestre, mas a queda da Apple foi duas vezes maior, informou a empresa de pesquisa IDC em relatório, na segunda-feira. A desaceleração da economia, o prolongamento dos tempos de substituição e o preço elevado do iPhone contribuíram para o declínio da gigante americana, informou. A Xiaomi teve desempenho ainda pior nos últimos meses do ano passado, quando as vendas recuaram quase 35 por cento, estima a consultoria.

Marcas de smartphones como Apple e Samsung Electronics enfrentam a estabilização do mercado global após anos de crescimento vertiginoso e a falta de inovação desestimula os consumidores a substituir os aparelhos com a frequência de antes. A Apple também precisa lidar com a ascensão da Huawei, que está corroendo sua participação em um mercado que já foi essencial para impulsionar seu crescimento. As principais empresas varejistas de eletrônicos do país reduziram os preços dos iPhones mais recentes em até 20 por cento nos últimos meses -- uma ação incomum que ilustrou o entusiasmo menor pelos aparelhos da Apple.

"A Apple não tem uma estratégia de mercado boa e confiável que se encaixe no mercado chinês, de rápida mudança", disse Nicole Peng, diretora sênior da Canalys. "A empresa também pareceu ser lenta para reagir à desaceleração econômica da China e às mudanças na estrutura de consumo."

A queda na demanda chinesa agrava os problemas da Apple, que está tendo dificuldades para entregar outro dispositivo de sucesso depois que seu famoso aparelho perdeu parte do prestígio. A receita do iPhone caiu 15 por cento no período de outubro a dezembro. Para compensar a perda, a Apple está tentando substituir as vendas de telefones por receitas com serviços.

O CEO da empresa, Tim Cook, vê a China como parte fundamental da estratégia da Apple: no último ano fiscal, a empresa gerou quase US$ 52 bilhões em receitas na Grande China, região que inclui Hong Kong. Mas no momento em que o país anuncia seu mais lento crescimento econômico desde 2009, a Apple informou que suas vendas caíram 27 por cento no trimestre que engloba as festas de fim de ano. A desaceleração chinesa foi o principal fator por trás do primeiro corte em uma projeção de receita da Apple em quase duas décadas. Cook, entretanto, deu ênfase ao longo prazo, ressaltando o crescimento de 19 por cento nas receitas com serviços.

"Considerando que os smartphones viraram uma commodity para os clientes chineses, as multinacionais precisam ajustar suas estratégias gerais de vendas e marketing", disse Peng. "A Apple não parece estar mudando seus planos de marketing na China."

A Huawei, que ultrapassou a Apple por um breve período e se tornou a segunda maior marca de smartphones do mundo em 2018, continua sendo líder disparada em seu país. A empresa reforçou sua liderança depois que as vendas de unidades subiram 23,3 por cento no trimestre de dezembro, à frente de todas as principais marcas, segundo a IDC. O resultado foi alcançado mesmo depois de a empresa enfrentar alguns meses extraordinariamente turbulentos durante os quais sua diretora financeira foi presa acusada de cometer fraude bancária e os EUA orientaram seus a aliados a tentarem impedir a empresa de vender equipamentos de redes de última geração.

To contact Bloomberg News staff for this story: Gao Yuan em Pequim, ygao199@bloomberg.net