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Executivos de mineração prometem agir após desastre da Vale

Krystal Chia, Adrian Wong e Yvonne Man

14/02/2019 11h50

(Bloomberg) -- O presidente da South32, uma mineradora diversificada com operações globais, se juntou aos executivos que pedem medidas práticas e defendeu que o setor mude após o colapso da barragem da Vale em Brumadinho.

"Eventos recentes significam que realmente precisamos mudar no setor como um todo e certamente estamos dispostos a isso, em termos de falar sobre transparência, falar sobre revisões e acolher o fato de que o setor precisa ser diferente", afirmou Graham Kerr em entrevista à Bloomberg TV. "Não se pode ter eventos como aquele. De outro modo, por que as comunidades vão nos querer?"

Desde o rompimento da barragem de rejeitos no final de janeiro, líderes de grandes mineradoras discutem o que o ocorrido em Minas Gerais significa para o segmento. A executiva de segurança da Rio Tinto Group, Joanne Farrell, descreveu o desastre como "ponto de virada" para o setor, enquanto o presidente da Anglo American, Mark Cutifani, declarou que sobreviver depende da mudança e que quer chegar a um estágio em que seja capaz de operar sem rejeitos.

A South32 trabalha com 16 barragens de rejeitos do mesmo tipo de Brumadinho, explicou Kerr durante teleconferência com analistas. Ele ressaltou que todas passaram por revisões nos últimos dois anos. "É um risco substancial para nós e temos governança independente interna e externamente", disse ele durante a entrevista à Bloomberg TV.

O desastre com a barragem da Vale provocou a disparada dos preços do minério de ferro. O temor é que a produção interrompida e suspensões em outras operações levem a um quadro de escassez no mercado global. Os preços futuros chegaram ao maior nível desde 2014.

Repórteres da matéria original: Krystal Chia em Cingapura, kchia48@bloomberg.net;Adrian Wong em Hong Kong, awong445@bloomberg.net;Yvonne Man em NY, yman9@bloomberg.net