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Fundo de hedge lucra investindo pouco em projetos de geólogos

William Canny e Ruben Munsterman

19/02/2019 12h53

(Bloomberg) -- O truque para conseguir retornos gigantescos com ações de mineradoras é investir pouco, segundo gestores do Plethora Precious Metals Fund.

Com apenas 18 milhões de euros (US$ 20 milhões) em ativos, o Plethora é um anão perto dos fundos montados por instituições como Blackrock e Vanguard Group. Fundos de investimento costumam focar no aumento dos ativos e comissões, mas este fundo holandês não está interessado em ser como os grandões.

"Investimos em equipes pequenas de geólogos que procuram depósitos de minério", explicou o fundador Peter Vermeulen. "Essas companhias são tão pequenas que é praticamente impossível colocar muito dinheiro nelas. No entanto, as taxas de retorno - quando encontram ouro - são enormes."

O fundo sediado em Utrecht investe em startups de exploração de minérios, a maioria em busca de ouro. A estratégia gerou retorno de 502 por cento nos últimos seis anos, segundo dados internos. É uma performance impressionante perto da queda de 62 por cento do fundo negociado em bolsa (exchange-traded fund ou ETF) VanEck Vectors Junior Gold Miners ou do tombo de 65 por cento do índice Gold BUGS, da Bolsa de Nova York.

Neste ano, o Plethora perdeu 17 por cento, refletindo a depreciação dos papéis da Westhaven, sua maior posição.

O Plethora detém participações de 5 por cento a 15 por cento em aproximadamente 20 empresas com valor de mercado de US$ 20 milhões ou menos ? antes de uma descoberta significativa. Fundos com bilhões de dólares sob gestão não conseguem estudar nem investir em companhias tão pequenas, explicou o gestor Douwe van Hees. "Podemos alocar dinheiro de modo muito específico e não precisamos investir em um número limitado de ativos de pior desempenho."

Não foi sempre assim. Até 2014, o Plethora trabalhava como seus pares maiores. "Investíamos em empresas grandes que já tinham descoberto ouro. Nós só tentávamos superar o índice, mas não deu muito certo, então mudamos a estratégia", lembrou Van Hees.

Para manter o porte pequeno, Van Hees conta que o fundo recentemente devolveu 1 milhão de euros aos investidores, sua segunda distribuição em dois anos. O Plethora não aceita dinheiro novo desde 2016, apesar da insistência dos clientes.

A liderança enxerga uma segunda rota de expansão. "Estamos montando um fundo de private equity para investir em pequenos fundos de exploração administrados por geólogos", disse Vermeulen. Isso vai "eliminar os intermediários", usando a mesma estratégia do fundo de ações.

O futuro Plethora Private Equity almeja retorno de dois dígitos e devolverá 50 por cento dos lucros realizados aos investidores.

Repórteres da matéria original: William Canny em Amsterdã, wcanny3@bloomberg.net;Ruben Munsterman em Amsterdã, rmunsterman1@bloomberg.net