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Não culpe a austeridade por aumento menor da expectativa de vida

William Horobin

01/03/2019 11h21

(Bloomberg) -- A melhora na expectativa de vida está desacelerando nas economias avançadas do mundo, mas isso pode não ser culpa das políticas de austeridade.

Países europeus que evitaram a austeridade após a crise financeira global -- como Alemanha, Suécia e Holanda -- registraram maior desaceleração do aumento da esperança de vida do que países nos quais os cortes de gastos do governo foram mais severos, como a Grécia, segundo trabalho da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

"Análises sistemáticas mostram que as crises econômicas e a austeridade estão associadas à piora da saúde mental e ao aumento dos índices de suicídio, mas o impacto na mortalidade geral é menos consistente", disse a epidemiologista Veena Raleigh no trabalho.

Alguns estudos mostraram inclusive que as crises econômicas estão associadas a uma menor mortalidade, especialmente em acidentes de trânsito, segundo Raleigh. Ainda assim, o trabalho conclui que a questão deve continuar sendo monitorada.

"A escala completa das consequências nos países gravemente afetados pode se tornar evidente apenas no futuro", disse ela no trabalho.

Após mais de um século com as populações das grandes economias industrializadas desfrutando de vidas cada vez mais longas, o aumento começou a perder força em alguns países europeus. Raleigh ressalta que apesar de o tabaco, o consumo excessivo de álcool e a pressão sanguínea elevada terem sofrido um declínio nos últimos anos, a obesidade e o diabetes continuam aumentando.