Maersk testa biocombustível por neutralidade de carbono em 2050
(Bloomberg) -- A A.P. Moller-Maersk está prestes a realizar o maior teste com biocombustível da história do setor de transporte marítimo em meio à busca para reduzir as emissões e cumprir a meta de alcançar a neutralidade de carbono em 2050.
O Mette Maersk, um dos maiores navios da empresa, zarpará neste mês para uma viagem de ida e volta de 25.000 milhas náuticas (46.300 quilômetros) de Roterdã a Xangai usando uma mistura contendo 20 por cento do chamado biocombustível de segunda geração produzido a partir de resíduos vegetais. A mudança deve evitar o lançamento de 1.500 toneladas de CO2 no meio ambiente, o equivalente à emissão de 200 famílias em um ano.
"Este projeto com biocombustível é a primeira medida concreta da nossa iniciativa para atingir a meta de nos tornarmos neutros em carbono", disse Soren Toft, diretor de operações da Maersk, em entrevista, em Copenhague. "Estamos procurando formas de tornar a navegação neutra em carbono comercialmente viável porque isso é fundamental para o avanço do setor."
A Maersk, que opera cerca de um quinto do total de contêineres do mundo, investiu US$ 1 bilhão nos últimos quatro anos na melhora da eficiência energética.
O teste está sendo organizado pela Coalizão Holandesa de Crescimento Sustentável e a Maersk vai formar parceria com alguns de seus maiores clientes na Holanda, como a Heineken, a Unilever e a Philips. A Shell patrocinará o combustível e todas as partes dividirão os custos, que serão "significativamente" maiores do que os de uma viagem em que se usa combustível marítimo normal, disse Toft, que preferiu não dar mais detalhes.
Soluções alternativas
Cerca de 90 por cento das mercadorias do mundo são transportadas pelo setor naval, que responde por cerca de 3 por cento das emissões globais de CO2. A Maersk estima que essa parcela poderá subir para 15 por cento até 2050 se o setor não apresentar alternativas menos poluentes.
Toft disse que o uso de biocombustível remove apenas "uma fração" do CO2 normalmente emitido por um navio, o que significa que pode oferecer apenas uma "solução de curto ou médio prazo".
"Não podemos dizer se o biocombustível acabará sendo o futuro que ajudará o setor", disse Toft. "Esperamos encontrar algumas das respostas com este teste."
A Maersk também está trabalhando em outros combustíveis mais limpos para seus mais de 600 navios. Entre as opções estão a amônia, o hidrogênio e as baterias elétricas, disse Toft.
"As baterias obviamente funcionariam apenas para viagens curtas perto da costa porque a tecnologia ainda não está muito desenvolvida e, assim como acontece com os carros, seria preciso recarregar com frequência", disse.
No ano passado, a D/S Norden concluiu o que afirma ter sido a primeira viagem de teste do mundo com uma grande embarcação marítima comercial movida a biocombustível. A viagem foi realizada com um navio-tanque, que navegou no curto trecho entre Roterdã e Tallinn, na Estônia.
O Mette Maersk, que é capaz de transportar 18.000 contêineres, deve voltar à Europa em junho.
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