BlackRock e JPMorgan veem valor em eleições de países emergentes
(Bloomberg) -- Apesar de toda a incerteza no mercado causada pelas campanhas presidenciais no mundo em desenvolvimento, alguns países mostram uma força surpreendente na contagem regressiva para o dia da eleição.
Nos 30 dias anteriores às 11 principais eleições em mercados emergentes em 2018, as moedas subiram em média 1,1 por cento e as ações avançaram 2 por cento, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Cerca de metade desses países registrou ganhos nesses 30 dias, em um ano em que a maioria das ações e moedas de mercados emergentes caiu drasticamente. Os investidores que compraram Ibovespa e coroa tcheca embolsaram ganhos particularmente grandes -- 9,5 por cento e 7,1 por cento, respectivamente.
"Se um investidor tem certo conhecimento sobre os fundamentos do país e sobre a cultura e é capaz de ler todas as pesquisas, definitivamente ele pode usar essa incerteza como uma oportunidade", disse Josephine Shea, gerente sênior de carteira do BNY Mellon em Boston.
As eleições presidenciais podem ser especialmente aterradoras para uma classe de ativos que nos últimos meses foi atingida por tudo, desde a força do dólar até a desaceleração do crescimento global e a tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo. Acrescentando a isso a recente ascensão de candidatos populistas, as preocupações do mercado são compreensíveis. No entanto, para aqueles que conseguem aguentar as oscilações, os dados mostram uma estratégia que pode render ganhos em mercados agitados.
Um exemplo disso foi a eleição do Brasil, em outubro. Três meses antes, o real caiu 13 por cento em questão de semanas. Mas a moeda recuperou terreno nas últimas semanas antes da vitória de Jair Bolsonaro. As ações seguiram um padrão semelhante: o Ibovespa caiu em agosto, tocou o fundo em setembro e disparou no período que antecedeu a eleição porque os planos de Bolsonaro para reformar a Previdência do país geraram otimismo no mercado.
Eleições iminentes
Alguns investidores projetam que esse padrão continuará em uma série de eleições de alto perfil em 2019. Eles estão monitorando atentamente os mercados da Índia, da Ucrânia, da Argentina, da Indonésia e da África do Sul, países cuja população irá às urnas nos próximos meses.
"De um modo geral, nossa região favorita em termos de próximas eleições agora seria a Ásia", disse Isabelle Mateos y Lago, estrategista-chefe de ativos múltiplos do BlackRock Investment Institute em Nova York.
Alguns países estão no centro das atenções muito antes da votação começar. Faltam sete meses para a eleição da Argentina, em outubro, mas o país já é politicamente arriscado devido à enorme diferença na orientação política entre os dois candidatos mais prováveis, de acordo com Shea. A Argentina terá grandes inconvenientes se a ex-presidente Cristina Kirchner voltar ao poder e um grande avanço se Mauricio Macri for reeleito, disse Delphine Arrighi, gestora de recursos da Merian Global Investors.
"É preciso formar uma visão sobre qual vai ser a trajetória após a eleição", disse Mateos y Lago. "É preciso ter uma visão sobre os fundamentos e esse sempre será o fator-chave."
--Com a colaboração de Ben Bartenstein.
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