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Rio Tinto pode elevar oferta de minério por efeito da Vale

Bloomberg News

25/03/2019 15h38

(Bloomberg) -- A Rio Tinto Group poderia estudar como ampliar a oferta de minério de ferro quando ficar mais claro que o impacto do desastre na barragem da Vale será mais duradouro e afetará minérios de alta qualidade, segundo o CEO Jean-Sébastien Jacques.

A mineradora descartou qualquer aumento de produção a curto prazo provocado pela redução da oferta no Brasil, apesar de os preços internacionais terem subido depois do desastre em Brumadinho. A Rio Tinto está observando o impacto das ações regulatórias no Brasil para identificar qualquer efeito de médio prazo que possa justificar uma resposta, disse Jacques, em entrevista à Bloomberg TV, em Pequim, no sábado.

"A médio prazo, dependendo do que o órgão regulador do Brasil fizer, isto pode gerar impacto não apenas no minério de baixa qualidade, mas também no de alta qualidade", disse, sem informar um período mais específico. "Quando chegar esse momento, estudaremos as diferentes opções", mas nenhum aumento significativo deve ser esperado por enquanto.

O mercado global de minério de ferro sofreu um impacto desde o incidente, no fim de janeiro, que obrigou a Vale a desativar mais de 80 milhões de toneladas anuais de oferta, o que elevou os preços.

A Vale anunciou na sexta-feira que a estabilidade da represa Sul Superior, na mina de Gongo Soco, no estado de Minas Gerais, havia chegado a um estado crítico, levando à ativação de uma sirene de alerta.

Os preços à vista do minério de ferro de referência com 62 por cento de teor ferroso subiram 19 por cento, para US$ 86,10 a tonelada. O minério de qualidade inferior com 58 por cento de teor ferroso deu um salto de 21 por cento, para US$ 77,20 a tonelada, enquanto o material de alta qualidade com 65 por cento de conteúdo avançou apenas 13 por cento neste ano, para US$ 97,75 a tonelada. As siderúrgicas chinesas estão buscando formas de cortar custos, o que está reduzindo os prêmios pagos pelo minério de alta qualidade.

Jacques disse que continua otimista em relação à atividade do comércio global em meio a sinais contraditórios das negociações entre EUA e China, que pioraram o sentimento nos mercados de commodities. "Tenho certeza absoluta de que o bom senso prevalecerá." Ele também deu boas-vindas à política mais dovish dos EUA, o que, segundo ele, significa "mais infraestrutura, mais minério de ferro, mais cobre, mais bauxita".

--Com a colaboração de David Stringer.

To contact Bloomberg News staff for this story: Martin Ritchie em Xangai, mritchie14@bloomberg.net;Tom Mackenzie em Pequim, tmackenzie5@bloomberg.net